segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A vida é um caminho...

A vida é um caminho com muitos percursos: ruas, avenidas, estradas e veredas de terra batida que temos que ultrapassar. Crescemos à medida que vamos caminhando, caindo, que nos vamos perdendo porque nos enganámos no caminho. Na maior parte dos casos e à medida que os anos passam, não nos lembramos desse crescimento que, afinal, é nosso. Mas sabemos que há pântanos perigosos, desertos secos, florestas tropicais onde chove tanto que podemos morrer afogados. Também sabemos que há mares azuis translúcidos, montanhas com cumes brancos, planícies douradas tão lindas que não parecem verdadeiras.
E em todas essas passagens da vida cada um de nós tem um desejo profundo, mesmo que não o diga: não quer estar sozinho!
Nos maus momentos queremos companhia para nos ajudar a suportar dificuldades, para nos estender um braço, para nos confortar com um abraço quente. Nos bons momentos queremos partilhar, queremos surpreender e que nos surpreendam. Mas essa companhia não pode ser qualquer pessoa que esteja a passar naquele momento na nossa vida. Não: essa companhia tem que ser alguém especial, alguém em quem confiamos, alguém em cujas mãos nos depositamos, alguém a quem, por vezes, voltamos as costas, não porque somos indiferentes, mas porque confiamos que, mesmo de costas voltadas, não seremos atacados.
À primeira vista podíamos pensar que os nossos pais encaixam nesta descrição com perfeição, e encaixam. Mas a pessoa que nos dará a mão para nos ajudar a equilibrar em frente ao perigoso precipício que se abre tantas vezes na nossa vida, é outra que não a mãe ou o pai.
É alguém que, de forma expontânea, se aproximou de nós e nós dela e fomos encontrando pontos de contacto. É alguém que nos faz sentir como se pertencêssemos os dois a uma caixa de coloridas plasticinas que se moldam mutuamente, embora sejam diferentes. É alguém que nós magoamos por vezes, pelas mais diversas razões. Mas é aqui precisamente que sabemos que essa pessoa é especial porque o nosso arrependimento é tão grande que dávamos tudo para voltar atrás. Sem essa pessoa ao nosso lado sentimos um vazio permanente mesmo que estejamos no meio duma multidão. Porque essa pessoa vale mais que muitas multidões juntas.

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