Oh sábios e magníficos Doutores
De verve triste, pequena mas ligeira
Quem lhes deverá tamanhos favores
Para agraciar misteres de algibeira?
Vergonha não sentem os profanadores
Sorriem e andam como uma rameira
Quem vos concede esta alforria
Não é digno de estar numa academia
Oh sábios, ricos e egrégios intrujões
De desnutrido e pobrezinho talento
Julgam que enganam as multidões
Com vosso vil mister fraudulento
Roubam impunes as alheias razões
Com vosso ilustre nome em aditamento
Melhor que vós, só vosso orientador
Cego e surdo, assim é o auditor
Oh sábios e famosos plagiadores
Bando de validos débeis e dementes
Parabéns pelo trabalho de encenadores
Aplaudamos os férteis incompetentes
E a falta de vergonha dos imitadores.
O mérito e a ética estão ausentes
Mas também não fazem aqui falta
O que é preciso é estar na ribalta!
Morte ao esforço e ao empenho!
Morte à dedicação e ao cuidado!
Se dos mortos vier arte e engenho
Ninguém se sentirá culpado
Questões sobre o nosso desempenho?
Nenhumas! Pois já foi ajuizado
E segue o seu caminho o cidadão
Sem pejo de repetir a contrafacção
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