A Biblioteca Móvel de Camelo foi criada pela Biblioteca Nacional do Quénia para incentivar a literacia.
Os Navios do Deserto são a melhor forma de viajar na área de Garissa, a cerca de 400 km da capital, Nairobi.
O bibliotecário Rashid Farah contou à BBC News acerca dos seus esforços para providenciar livros e material de leitura.
“As pessoas que servimos mantêm uma vida nómada. Hoje estão aqui mas amanhã poderão não estar”
Adaptado de:
http://news.bbc.co.uk/2/shared/spl/hi/picture_gallery/05/africa_kenyan_camel_library/html/1.stm
Numa ocasião, no sul de Marrocos penso eu, saímos da viatura e fomos cobertos pela atenção dum bando de garotos que sorria sem parar e gritava qualquer coisa de mão estendida. De início não percebi o que queriam e pensei que fosse dinheiro. Soava-me vagamente familiar a palavra repetida, mas pensei que fosse em árabe e que a familiaridade sonora viesse por semelhança com qualquer outra palavra. Puro engano: stylo, stylo, stylo... os miúdos queriam nada mais nada menos que canetas. Um objecto que nascia como cogumelos na minha mochila e que quase todos os outros tinham também. Demos o nosso pequeno carregamento de canetas e comprei uma caixa que distribui igualmente por aquelas mãos ansiosas.
Este episódio sempre me emocionou muito pelo maravilhamento dos miúdos com aquilo que para mim é um símbolo e algo absolutamente imprescíndivel.
A sede que se sente nestas imagens é sinónimo de esperança e de vida. O alheamento de tudo e a entrega à leitura são visíveis e constituem uma imagem sentida lindíssima. Não tenho dúvidas que o trabalho deste bibliotecário é ímpar e motivo de inveja. Pelo menos para mim.
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