segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Eu gosto é do Verão...

Dizem que os fiordes são lindos de se verem. Acredito, mas nunca vi estas impressionantes formações naturais do planeta; também nunca vi o sol da meia-noite, embora já tenha andado pelas ruas à meia-noite sem ser necessário acender qualquer luz, no círculo polar ártico.
As línguas, tão saborosamente diferentes, como se fosse uma música nova que estamos a ouvir; a gastronomia, os costumes, a roupa, as casas, um tudo enorme de que me lembro nestes dias chuvosos em que não é sequer Inverno.
As dores de cabeça são frequentes neste ambiente quente e húmido, qual Macau à beira do Tejo que se deixa cair no mar.
Decididamente não gostaria de viver num local onde os dias são pequenos e a escuridão anda sempre a espreitar, numa espécie de brincadeira com um frio danado.
No entanto há quem viva nestes locais e adore. Penso também que, com a minha capacidade de adaptação, me adaptaria a qualquer sítio... desde que houvesse praia, penso logo a seguir...
Nada disso! Quero afastar este preconceito metereológico-geográfico e pensar que podia viver em qualquer local do mundo. Sim, eu sou capaz!
Quero acreditar nisto, mas olho pela janela, vejo a noite a aproximar-se às quatro da tarde e, instintivamente, entristeço. 

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Opilca, precisa-se!

O casaco verde alfaçado faz-me reparar na mulher que vai sentada um banco ao lado no metro. É giríssimo e fica mesmo bem em cima do vestido branco, leve, que transporta o Verão.
Só quando nos levantamos para sair na última paragem é que reparo que leva um braço ao peito, o que não a impede de desatar a correr pelas escadas acima, mala pendurada no braço bom, passar pelas cancelas e... estatelar-se ao comprido no chão.
A queda foi aparatosa, toda ela a escorregar um bom par de metros como se brincasse na neve, pernas no ar a deixar ver o fio dental e aquilo que parecia a Mata do Bussaco!
Os gritos eram genuínos, as lágrimas corriam-lhe pela cara, o braço queixava-se. A mão do braço bom no chão ajudou-a a levantar-se, tendo primeiro ficado de gatas, a saia do vestido em cima das costas.
Várias foram as pessoas que a ajudaram, todas sem conseguirem conter os lábios, que teimavam em abrir-se num sorriso, eu incluída.
Não há volta a dar, estas situações são sempre gregas, trágico-cómicas, tão dolorosas física como psicologicamente. 

Uma gargalhada com vinte anos

Uma desilusão no início de um fim-de-semana passado com uma pessoa muito especial.
Uma grande expectativa que não foi concretizada, mas que não abalou os dias que a M., o marido e o filho passaram na minha casa.
Quando se foram embora deixaram-me cansada... cansada de rir, cansada de conversar, cansada de boa-disposição... quem não gosta de estar assim cansada?
Anseio por lhe devolver a visita e voltarmos a rir juntas, coisa que fazemos há vinte anos.
Não é para qualquer um e eu sinto-me afortunada com esta amizade.