terça-feira, 7 de outubro de 2014

Opilca, precisa-se!

O casaco verde alfaçado faz-me reparar na mulher que vai sentada um banco ao lado no metro. É giríssimo e fica mesmo bem em cima do vestido branco, leve, que transporta o Verão.
Só quando nos levantamos para sair na última paragem é que reparo que leva um braço ao peito, o que não a impede de desatar a correr pelas escadas acima, mala pendurada no braço bom, passar pelas cancelas e... estatelar-se ao comprido no chão.
A queda foi aparatosa, toda ela a escorregar um bom par de metros como se brincasse na neve, pernas no ar a deixar ver o fio dental e aquilo que parecia a Mata do Bussaco!
Os gritos eram genuínos, as lágrimas corriam-lhe pela cara, o braço queixava-se. A mão do braço bom no chão ajudou-a a levantar-se, tendo primeiro ficado de gatas, a saia do vestido em cima das costas.
Várias foram as pessoas que a ajudaram, todas sem conseguirem conter os lábios, que teimavam em abrir-se num sorriso, eu incluída.
Não há volta a dar, estas situações são sempre gregas, trágico-cómicas, tão dolorosas física como psicologicamente. 

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