Uma das belezas do olhar é que a mesma coisa pode ser vista de muitas formas. Assim é a Expedição Amazónia Exposição, patente no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
Um grupo de pessoas foi para o maná da biodiversidade do planeta, a Amazónia, carregados de lápis e tintas e pincéis e máquinas fotográficas também. São desenhadores, arquitectos, médicos, historiadores que se inspiraram na Viagem Philosofica pelas Capitanias do Grão Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuyabá (1783-1792), e no seu líder, Alexandre Rodrigues Ferreira, da mão de quem nasceu uma intensa produção de desenhos científicos.
A recreação ocorreu entre os últimos dias de 2009 e os primeiros de 2010 tendo os exploradores viajado de barco, a pé, de avião, sozinhos e em grupo e dessa estada nasceu uma exposição que vem de dentro, de dentro da própria Amazónia, de dentro dos instrumentos riscadores que levavam, de dentro da alma de cada um, de dentro dos olhos, todos iguais, todos com projecções diferentes e, como se pode ler no catálogo: ‘A julgar pelos resultados, parece ninguém ter visto a mesma Amazónia, cada um desenhou a sua’.
Literalmente a não perder.
Exposição organizada pela mão de arquitectos - Grupo do Risco - e gente atenta ao pormenor, que ao acaso não deixa nada, nem sequer a nossa vontade que, perante a exposição, é só uma: correr para a Amazónia!
Para além das imagens que a Amazónia transporta no nosso imaginário há outras que se nos impõem perante a exposição, que misturam velhas glórias do cinema, com heróis imortais e gente desconhecida para a maioria das pessoas, como Alexandre Rodrigues Ferreira por quem, depois disto, sentimos uma enorme curiosidade.
O próprio catálogo é quase uma peça de arte, belíssimo e bem cuidado. Como livro é de adquirir e guardar na prateleira mais alta, onde ninguém chegue.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário