sexta-feira, 9 de abril de 2010

Verão Azul

Ontem morreu o Chanquete. É a segunda vez que assisto à morte dele e é a segunda vez que choro como uma... Madalena...
As viagens fiz eu pela mão dum pescador com toda a paciência e sapiência do mundo para crianças como eu. Eu era uma das amiga dele. Eu sou amiga dele.
A morte do Chanquete é o fim das férias da vida, o início duma nova etapa, duma nova aprendizagem. Estava lá tudo e o Chanquete era o pilar daquela casa, com a Dorada como telhado, um telhado feito porto de abrigo para chuvas e ventos mas também para curar angústias e tristezas.
Nesta primavera, muitas primaveras e verões depois de me ter aventurado nas férias alheias que também eram minhas, com muitas décadas de anos decorridas, continuo a sentir-me uma daquelas crianças, como se tivesse ficado presa naquele Verão Azul para sempre. A lamechice que se poderá associar a este comportamento é verdadeira, assumida e a pura da verdade. Recordo as tardes de sábado quando as ruas ficavam desertas pois íamos todos ver o  Tito, a Bea, o Javi, o Pancho, o Piraña, o Quique, a Desi, a Julia e, claro, o Chanquete, como se fossemos tomar uma dose duma droga qualquer que nos deixava com o olhar longínquo e o coração a mergulhar nas águas do sul de Espanha.
Mesmo que não choremos a morte do pescador, quem consegue segurar as lágrimas a ouvir a bela sevilhana do adeus, por entre lágrimas de amigos?

Algo se muere en el alma
cuando un amigo se va.

Cuando un amigo se va
algo se muere en el alma
cuando un amigo se va
algo se muere en el alma

Cuando un amigo se va
y va dejando una huella
que no se puede borrar
y va dejando una huella
que no se puede borrar.

No te vayas todavía,
no te vayas por favor
no te vayas todavía
que hasta la guitarra mía
llora cuando dice adiós.

Un pañuelo de silencio
a la hora de partir.

A la hora de partir.
un pañuelo de silencio
a la hora de partir.
un pañuelo de silencio
a la hora de partir.

A la hora de partir
porque hay palabras que hieren
y no se deben decir
porque hay palabras que hieren
y no se deben decir

No te vayas todavía,
no te vayas por favor.
no te vayas todavía
que hasta la guitarra mía
llora cuando dice adiós
El barco se hace pequeño
cuando se aleja en el mar.

Cuando se aleja en el mar.
el barco se hace pequeño
cuando se aleja en el mar.
el barco se hace pequeño
cuando se aleja en el mar

Cuando se aleja en el mar
y cuando se va perdiendo
qué grande es la soledad.
y cuando se va perdiendo
qué grande es la soledad.
No te vayas todavía,
no te vayas por favor.
no te vayas todavía
que hasta la guitarra mía
llora cuando dice adiós
Ese vacío que deja
el amigo que se va.
El amigo que se va.
ese vacío que deja
el amigo que se va.
ese vacío que deja
el amigo que se va.

El amigo que se va
es como un pozo sin fondo
que no se vuelve a llenar.
es como un pozo sin fondo
que no se vuelve a llenar
No te vayas todavía,
no te vayas por favor.
no te vayas todavía
que hasta la guitarra mía
llora cuando dice adiós


http://www.youtube.com/watch?v=cgnCwKwAYJ8

3 comentários:

  1. Tenho acompanhado sempre que posso o seu blogue... por vezes sou tentada a comentar mas acredito nunca estar à altura te tamanhã leveza na escrita.
    Bom, comento porque também para mim o Verão Azul era a minha série de eleicção. Também eu viajei pelas história e pelas bonitas paisagens Espanha.
    Impossível não ficar com a musica no ouvido e no assobio e recordar quando todos numa bicicleta cantavam animadamente.
    Bons tempos!!
    SPAraújo

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  2. SPAraújo... por favor comente sempre, diga o que lhe vai na alma... sinta-se à vontade e em casa. O Verão Azul foi/é algo que me marcou muito: guardo aquelas imagens de água transparente que, no fundo, continuo a procurar ano após ano, após ano... Interiormente recuso-me a perdê-lo... sei que me entende.

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  3. Boas ando a seguir mais uma vez esta fantastica serie Verão Azul , que esta a ser exibido na rtp memoria por volta das 21,30 todos os dias , cegou ao momento mais triste da série , a morte do Chanquete , sem falar no sofrimento que aqueles rapazes transportam em si , com a sua amiga Júlia e amigos ( frasco , alcaide entre outros ) não poderia deixar de frizar aquele gesto tão lindo de colocarem o acordeão junto do Chanquete , só ainda não consegui descubrir quem canta esse magnifico tema ( O ADEUS ) Será que me pode dizer quem canta esse belissimo tema ? Obrigado Joaquim Nelson ....

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