quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dia D

Hoje foi um dos meus Dias D. Há-os de várias formas e feitios, mas este, algo me diz que não se repetirá. Quem me dera que algum dia chegue o dia em que dias como o dia de hoje sejam dias sem história.
Mas hoje fez-se História e com agá grande: pela primeira vez na vida comprei uma peça de roupa que me está... grande.
Já tive experiências com roupa justa, apertada, pequena, estreita e com quantos sinónimos se quiserem acrescentar. Já tive experiências com roupa minha que não parecia roupa minha. Já tive experiências com roupa que já tinha sido minha, mas que já não era por incompatibilidade de tamanho. Mas nunca, em tempo algum, se verificaram registos duma peça que ficasse larga.
A bem da verdade eu compro roupa sem a experimentar, é a olho, mas acerto (quase) sempre e se não acertar é porque fica apertada. C
É como as quantidades de açúcar ou farinha quando me decido (momentos únicos) a fazer um bolo, ou quando me deleito a cozinhar. Não sei o que é seguir uma receita e cria-me osteoporose estar ali a caminhar através de duzentas gramas de manteiga e três gemas de ovo, cujas claras terão que ser batidas em castelo até atingirem a consistência não sei do quê, às quais se juntam, depois e devagar mexendo bem, mais umas gramas exactamente medidas de diversos ingredientes. O problema é a paciência que me falta nestas coisas e se tenho que as realizar pois que seja depressa e é a olhómetro.
Medir espaços está na mesma categoria: por exemplo se for a diferença entre vinte e dois mil metros quadrados ainda vá que não vá, mas não arrisco em qualquer coisa que possa medir entre duzentos ou dois mil. É melhor ficar quieta, vou errar com garantida certeza.
Mas na roupa costumo acertar, embora raramente a experimente numa loja. Detesto lojas e compras, centros comerciais, filas em caixas e os cubículos para experimentar roupa são para mim uma espécie de instrumento de tortura medieval: fico apertada lá dentro, transpiro imenso, nem todos têm um cabide para pendurar nem que seja a mala, as cortinas são sempre pequenas ficando o rabo duma pessoa como uma espécie de cauda sempre à mostra, isto para não falar do constrangimento de sabermos outros na fila que estão todos a pensar Despacha-te! o que me enerva!
Além disso, gosto do mercado do Algueirão (Viva o mercado do Algueirão! Viva!) onde compro grande parte do meu guarda roupa.
Ontem (a compra foi ontem) não acertei no tamanho e hoje de manhã quando me vesti afivelei um enorme sorriso de conclusão: estou cerca de trezentas gramas mais magra! Bem, não exageremos, mas duzentas e cinquenta estou de certeza! Vou comemorar com um jantar especial...

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