segunda-feira, 19 de abril de 2010

Chorar e vender lenços

Vou começar pelo fim, na minha ordem de intenções que tinha um plano que, como geralmente acontece ao futuro dos planos, vai por água abaixo. Com tanta coisa que tinha para contar vou directa ao vulcão.
No sábado e agora mesmo vi duas reportagens iguaizinhas, igualitas, gémeas! Hoje na TVi (acho eu) e no sábado na CNN. O centro das reportagens era a atitude dos táxistas face ao fecho dos aeroportos: um táxista inglês dizia God bless Iceland e um táxista português (gordo e barrigudo e isto não é nada contra os gordos porque eu própria sou gorda) afirmava que alguns táxistas lhe estavam a tirar o pão... e logo a ele, ali na fila, esperando talvez que os turistas caíssem de paraquedas em cima do seu táxi... De repente achei que era islandesa, daquelas que não percebem nada de português...
Entrevistaram também um homem brasileiro que afirmou estar a levar pessoas a Madrid ou onde lhe pedissem em carro particular... é claro que também foi condenado pelo barrigudo...
Em tempos de crise (esta é uma das minhas frases feitas favoritas) as pessoas dividem-se em dois grupos: os que choram e os que aproveitam para vender lenços. Pergunto eu, qual islandesa que não percebe nem o nome Camões: não devíamos estar todos a querer vender lenços...? Mas há mais: aparentemente, e é só aparentemente pois não quero chamar mentiroso seja a quem for, as empresas de aluguer de automóveis já estão a ter prejuízos tramados, enormes, volumosos, de acordo com as palavras de alguém do sector que, com cara de caso, ou melhor, com cara de drama, afirmou que os turistas ingleses e alemães não têm vindo, não têm alugado carros e a coisa está muito, muito, muito feia para o lado deles... Gostava de saber quantos alugueres é que efectivamente foram perdidos pois não consigo ver nada além duma rampa de lançamento para um qualquer subsídio, que deve haver, pois há subsídios para tudo... bem, para tudo não há, mas faz muita falta um para paciência com certa gente que vê na (bela) frase lá de cima uma oportunidade, mas uma oportunidade ao contrário, como bem sabem fazer muitos portugueses: aproveitar o nada para conseguir alguma coisa...

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