A minha vida tem muitos amores.
Desde logo o Kilimanjaro, um amor platónico, à distância, não correspondido como o são os grandes, os verdadeiros amores.
O mar, os desertos de areia, o riso, o longe, os sotaques, um ou outro planeta, navios e embarcações, palavras, o pai do meu filho, o sol, livros, muitos livros, a lua, as gargalhadas do meu filho, dar, música, o passado e o futuro, férias e algumas pessoas, fazem parte do meu universo de amores.
Um deles vai casar no sábado.
Soube da notícia sem poder dar asas à alegria: tenho a cara inchada da dor de dentes, quase nem pude falar. Sempre achei que o noivo era um poço de amor sem que verdadeiramente alguém tivesse alcance para se banhar nele. Estou feliz porque espero que ele atinja a calma que sempre o vi procurar, a entrega que tem para dar, a essência que tem para partilhar, numa divisão que se multiplica e não se esgota nunca.
Este homem grande e sorridente – mas que dá uns tabefes se certos brutos lhe aparecerem para frente – tem-me feito sentir em casa desde sempre na companhia dele. Quando está ausente delicia-me com o poder da escrita, da descrição, da envolvência do longe. Para mim é um fascínio. E esse fascínio ajudou-me na mudança de casa, ri comigo no cinema, discute autores e ideias, oferece-me livros, traz-me ventos de mudança permanentemente. Como se a minha vida tivesse uma janela sempre aberta por onde entra o sol quente e o vento libertador, à vez e em simultâneo em forma de Amigo.
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