Avanço no Terceiro Reich de Bolaño. Quando li 2666 pensei que a gramagem das folhas era muito fina por causa das mil e qualquer coisa páginas do livro, justificação plausível. Porém, O Terceiro Reich não atinge as 350 páginas e o tipo de papel é o mesmo. Leio e vejo os fantasmas das páginas anteriores e os espectros das seguintes. Não gosto.
A Quetzal é uma Editora, com maiúscula. Para além de não gostar das folhas tão finas também estranho que um dos personagens se chame Charly ao longo da narrativa e que na badana explicativa se chame Charlie. Ainda na badana escreve-se desleixadamente 'pesonagem', identifica-se a unidade hoteleira onde o protagonista está como Hotel del Mar e ao longo da narratica chama-se-lhe Del Mar e nomeiam-se nomes de outros personagens usando inexplicavelmente a maiúscula para o artigo que antecede os nomes. Também não gostei de ver o nome dum clube de futebol traduzido para castelhano quando devia estar em catalão, isto para criar uma uniformização com outros, identificados nas suas línguas originais.
Os tradutores são os mesmos de 2666. Alguém, não sei quem, entendeu mudar uma singela frase na badana da capa de 2666 (edição de 2009) para O Terceiro Reich (edição de 2010) no texto sobre o autor: "Aos quinze anos a família mudou-se para a Cidade do México" e "Quando tinha quinze anos a família mudou-se para a Cidade do México". Mais ainda, em O Terceiro Reich a Quetzal teve o cuidado de escrever na contra-capa os nomes correctos dos jornais onde saíram críticas a Bolaño, e que em 2666 se ficavam pelo diminuitivo: Washington Post, que agora aparece precedido pelo The, acontecendo o mesmo com The Independent.
Quem terá considerado estas mudanças importantes, a ponto de as fazer, e porque razão terá o revisor, João Assis Gomes, deixado passar algumas coisas?
Ainda nem cheguei a meio do livro e já decidi fazer uma visita a uma livraria para encontrar uma edição em castelhano e perceber se foi o Autor que, por lapso ou deliberadamente, dá a mesma informação com datas diferentes em páginas distintas do livro ou se foi erro de tradução/revisão. Uma vez que o livro se sequencia como um diário com capítulos a abrirem com datas, estas são importantes e uma gralha destas defrauda as minhas expectativas como leitora.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
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