Na estação de metro de Marquês de Pombal ouve-se uma gravação ININTERRUPTAMENTE a dizer: ‘Atenção ao espaço entre a plataforma e o comboio’.
Há muitos anos atrás o meu pai arranjava o carro numa oficina, cujo dono, gordo como uma baleia, acendia os cigarros uns nos outros e deixava-os ficar a queimar, ao canto da boca. A bem da verdade, não me lembro de o ver de pé, só sentado. Ora, a gravação no metro lembra-me o monstruoso homem, uma vez que não há qualquer espaço entre a repetição da gravação, criando uma poluição sonora que faz dores de cabeça, de tal forma que, neste momento, não faz qualquer efeito, pois os clientes ouvem a informação como barulho de fundo, não a assimilando, ou seja, mesmo com o aviso repetido mil vezes ao longo do dia, não será por isso que se tem atenção ao buraco entre a carruagem e a plataforma porque a única coisa que se retira daquilo é barulho, nada mais.
Este é um exemplo em como a prevenção, quando mal feita, não serve para nada. Está ali, mas o excesso é de tal maneira agressivo auditivamente, que as pessoas entram na plataforma e dentro das suas cabeças aquilo é barulho a filtrar e não interiorizar.
Daqui também se tira outra conclusão: os responsáveis por esta campanha de prevenção não frequentam NUNCA o lugar que escolheram para a pôr em prática.
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