Ontem fui para casa com Alberto Manguel dentro da cabeça. Depois dos passados a ferro e das roupas arrumadas, enquanto via televisão e durante uma trovoada de tal ordem que estava sempre a pensar que a luz iria abaixo, fui buscar A biblioteca à noite, como quem procura um cobertor quando tem frio.
De noite na minha biblioteca não encontrei A biblioteca à noite, mas fiz uma felicíssima descoberta, Os livros e os dias: um ano de leituras prazerosas, também dele, versão brasileira comprada em S. Paulo (a ASA em 2008 editou este texto sob o título Um diário de leituras).
Os livros e os dias estavam literalmente escondidos no meio duma pilha de livros mas, talvez aquilo que ele refere como a perseverança da memória, guiou-me as mãos e o olhar para aquele esconderijo. Alguns Austers, três ou quatro Chatwins e meia dúzia de outros mais adiante estava, não um, mas dois exemplares de Uma história da leitura. Um de edição portuguesa e outro de edição brasileira – Companhia das Letras – por me ter encantado a capa e a lombada.
Os livros são assentos onde nos pomos confortavelmente, sofás, cadeiras, bancos, poltronas ou cadeirões de orelhas, sei lá eu, sinto-me bem e chega. Alberto Manguel é um psicanalista da leitura e eu preciso dele para viver.
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