Visitei um dos hotéis Inspira, o único estabelecimento hoteleiro 100% verde em Portugal. Pelo menos é o que me dizem… Para além do interior inspirar calma e tranquilidade, de ser belo e acolhedor, no restaurante só é servida comida biológica, a iluminação natural predomina (uma noite estrelada vista dos cadeirões do hall não deve ser nada má!), a iluminação artificial socorre-se de painéis solares, os champôs e géis de banho são ‘sustentáveis’ e mais cinquenta outros pormenores, todos muito atentos ao ambiente que entram nos nossos deliciados ouvidos e nos nossos agradecidos olhos. Quando estava à espera dum preço nada ecológico, fiquei agradavelmente surpreendida pois não é mais caro que a média em Lisboa, tem mini bar gratuito (!), spa e internet grátis.
Por norma, e será com certeza preconceito, associo as coisas verdes, biológicas, etc., a preços mais elevados. Um detergente com químicos a torto e a direito na barriga dos glutões é mais barato que um, cujo pó é uma fina selecção de produto que ‘quase’ não faz mal à água e aos esgotos e etc.
O mesmo passa-se com as lixívias, pastas dos dentes, sabonetes e por aí fora que quando são muito baratos, inspeccionada a composição verifica-se que são de origem desconhecida, qual controlo qual carapuça, qual preocupação com o ambiente. Porém, e este porém devia ser todo em maiúsculas, com a actual crise como se chega a um equilíbrio? Compramos mais barato mas, amiúde, prejudicial ao ambiente, ou mais caro mas com a consciência que estamos a dar o nosso contributo?
Recebi um e-mail sobre a questão da falta de água potável no planeta (obrigada Ana) que trazia uma frase curiosa: 'Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquecemo-nos da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta.'
Por coincidência, ou talvez não para quem acredite no big brother, recebo uma mensagem do facebook a pedir para aderir a um grupo chamado mais ou menos assim: Poupe água, beba vinho português. Não achei graça.
Preocupo-me com estas coisas pois penso que o que se gasta a mais é um investimento no futuro. Mas logo a seguir vejo um contrabandista qualquer a fazer disparates que compensam em muito o meu acto isolado e deixo cair os braços desanimados.
A cadeia Inspira quer inspirar as pessoas, assim como os defensores, muitos deles tão acérrimos que até afastam o seu potencial público, dos valores ecológicos, mas o peso do ‘outro lado’ é tão grande que nos estafamos a puxar a corda do equilíbrio.
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