A Caderneta ao vivo faz-nos delirar, pelo menos a mim. Revejo aqueles quatro da vida airada e começo num processo de reencarnação com os mais desvairados designs:
D’Artacão e os 3 Moscãoteiros; Os Irmãos Dalton; Heidi, Pedro, Clara e o Avô; A Chapi, o Chapo e os dois chapéus; Do Carrossel Mágico, o Franjinhas, a Anica, o Saltitão e o Ambrósio; A Maia, o Willy, o Flip e a Cassandra; Da Árvore dos Patafúrdios, o caixeiro-viajante Tomé, a Salomé e os seus rebentos Patafúrdinhos, Murcão e Canelão; A Pipi, a Anika, o Tommy e o macaco Nilsson (ou, em alternativa, o cavalo Sarapintado); Os Soldados da Fortuna; Os Jovens Heróis de Shaolin, Hung Hei Goon, Fong Sai Yuk e Woo Wai Kin (bem sei que só são 3, mas as personagens exigem algum físico e obedecem a critérios de altura mínima, e como fica sempre bem um narrador…)
Porém, se fosse eu a escolher uma encarnação para a equipa maravilha da Rádio Comercial, a eleição iria para o Terceiro Calhau a Contar do Sol, com o Ribeiro como Dick Solomon, Palmeirim a viver dentro do pequeno (desculpe, era escusado…) Tommy, Miranda calçada de saltos para se alcandorar à Sally e, claro, Markl como Harry, personagem que lhe ficava a matar, ou não fosse Harry o animal de estimação dos outros lá do planeta ou sistema solar de onde vieram, e que melhor animal de estimação do que um cão, e quem é que tem experiências com cães, quem é?
O espírito lunático daquela malta adequa-se na perfeição e John Lightgow aceitaria de bom grado ser o actor convidado, sem argumento, a falar em inglês, dizendo apenas o que lhe ocorreria perante o confronto com alienígenas que saiam, como que por artes mágicas, de dentro duma telefonia antiga.
Nas lembranças e nas memórias não há crises nem economias à beira do abismo, mas há sorrisos ternos e um conjunto de momentos que vivem em nós e que alguém conseguiu expor de forma colectiva, trazendo também gente muito jovem para observar e admirar as glórias de outras adolescências, muitas delas hoje na figura de chatas quarentonas e aborrecidos quarentões, que se revisitam através da Caderneta e até parecem diferentes diante do espelho. Tudo o que já fomos continuamos a ser, guardando num qualquer sótão na cabeça ou no coração as acções ocorridas em dias de calendários antigos. A Caderneta ajuda a olhar para trás, a ver o nosso rasto e Nuno Markl é, sem qualquer espécie de dúvida, um explorador de passados a quem temos que dizer, Bem-haja!
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E que tal o quarteto de Madagáscar? Alex, Marty, Melman e Glória?
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