segunda-feira, 15 de março de 2010

Quero colar o olhar com o de outrem

Quero colar o olhar com o de outrem
Entrar pela alma dentro, invadir-lhe o íntimo
Quero fugir e não ser capaz
Quero ficar prisioneira do olhar que ainda não vi
Apreender-lhe a imobilidade que, incansável, me vai falando.
Não, não são as palavras que ouço, essas são a máscara.
Olhem olhos, falem, cheirem
Explorem com os dedos que as vossas mãos são as grandes e verdadeiras aventureiras
Olhem-me!
Ah!, se nós pudéssemos ouvir o olhar
Que palavras inebriantes
Que emoções incontroláveis
Que fluídos avassaladores
Que ruídos insuportáveis
Que desejo escondido…já o desmaio se adivinha
Não, não feches os olhos
Arrepia-me o que não vejo, a esperança do que talvez vou sentir
Não, não feches os olhos
Quero colar o olhar com o teu

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