quarta-feira, 10 de março de 2010

Engolir em seco

O meu amigo V. ligou-me hoje de manhã. Eu ia a conduzir em direcção à estação de comboios e foi uma conversa muito rápida. Percebi que ele estava no aeroporto em Lisboa, provavelmente em trânsito de São Paulo para a Noruega. Como ia a conduzir não tive oportunidade de falar em condições com ele. Desliguei o telefone e continuei à espera que o semáforo vermelho se vestisse de verde.

Em sentido contrário está parado um carro branco com umas riscar azuis e umas luzes em cima. De dentro do carro, um jovem com um belo sorriso fala comigo:
- Minha senhora... não sabe que não pode conduzir e falar ao telemóvel?
- Claro... sabe, foi instintivo porque estava aqui parada... não estou a conduzir, quer dizer, concretamente, a conduzir...
Calei-me a olhar para ele com um sorriso forçado. É bom sabermos quando nos devemos calar...
Ele despediu-se de mim:
- Tenha um bom dia e faça um favor a si própria: não fale ao telefone quando for a conduzir.
Ele arrancou, para dar passagem a uma pequena fila que se formara atrás dele, na qual ninguém ousava apitar, pois não se apita aos carros da polícia...

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