A paisagem corre veloz na janela do comboio
Está ali, exposta à vista e ninguém a contempla
Só a olham, sem ver.
Não se apropriam dela, não sonham com ela
Imaginam-se em destinos longínquos que, parados e silenciosos, aguardam
Como quadros de um museu.
A paisagem corre, veloz
Veste-se de prédios, de casas, de construções
Pensa que é bonita, enfeitada com jardins sem relva onde não se brinca
Pensa que é atraente, embelezada com parques de estacionamento repletos de carros
Pensa que é alguém porque abriga pessoas que lhe chamam cidade.
Despreza o campo que é rústico, campónio,
Cheira a fumo das lareiras e a bosta de vaca,
Não tem estradas, não tem prédios que fazem os seus moradores estarem mais perto de Deus, defendendo-se no anonimato
Nas cidades a paisagem corre, veloz
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