terça-feira, 23 de março de 2010

Jerusalém

Ontem terminei o meu périplo pelo interior das personagens criadas por Gonçalo M. Tavares. E pergunto: personagens ou pessoas? Pessoas certamente, ali mascaradas de personagens. A dada altura senti-me uma coscuvilheira por olhar tão intensamente para dentro daquela gente, um olhar que entra nas letras e se mete na pele.

O universo dos loucos é fascinante: somos fascinantes. Mas a veia do escritor que absorve e conta – a nós leitores – é bela, apesar de nos abrir janelas indiscretas. Senti-me a violar a privacidade de alguém, a entrar sem saber se era convidada, apesar do livro estar ali na prateleira para eu o levasse, voluntariamente, ele e eu.
Voltarei a este assunto. Recomendo Jerusalém.

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