segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mudança de estação

Tanta tecnologia, tanto computador, tanto telefone, tanto equipamento, tanta coisa, mas as pessoas são sempre iguais.
Chove e escondem-se debaixo de collants, casacos siberianos, botas árticas, camisolas de malha e gola alta. Pluviosidade e temperatura são duas coisas diferentes, mas vá lá entender-se tão complexo mistério!
Podem perguntar-me o que tenho eu a ver com o assunto - de saias e pernas à mostra, meias nunca!
Tenho tudo a ver com o assunto: vou apertada no metro, empurrada por uma imitação de leopardo a três quartos, pisada por botas de cano alto, falta-me o ar que é sugado pelas penas de impermeáveis dignos de locais onde os donos nunca foram e se fossem nem quero imaginar o que vestiriam!
Estão as pessoas assim tão ansiosas pelo tempo invernoso? A chuva é ácida e há que proteger qualquer centímetro quadrado de pele? Sou só eu que tenho calor? Isto é uma reacção menopáusica?
Se este tempo tivesse um nome eu chamava-lhe Tempo Nova Iorquino, em homenagem à cidade onde se vê de tudo, onde tudo é permitido, onde ninguém estranha o estranho. Aqui, olham para mim nos transportes como se eu fosse um animal fugido do zoológico, como se fosse despida.

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