sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Inho, inho, inho

Não sou fã de inhos ou inhas e uso-os normalmente com segundas intenções. Entre muitos, tantos, demasiados, o que mais me repele é o coitadinho/a. Ainda assim, há inhos e inhos, a começar  pelas palavras que efectivamente terminam assim.
Dizem que é um sufixo derivacional do grau diminutivo e só isto me faz pensar duas coisas: primeiro, como é que se pode gostar disto? Segundo, como é que a criançada vai amar o português? Seja como for o seu uso pressupõe uma manifestação de afectividade, ainda que a intenção seja outra e daqui ao desprezo é um pulinho.
Um bom livro, por mais pequeno que seja, nunca, mas nunca será um livrinho. Já um velho pode ser um velhinho, isto se gostarmos dele e, em idade avançada, quando são mudados para os lares, não saem de casa e sim da sua casinha. Cunhados quase todos podem ser, mas cunhadinho têm as invejosas e cunhadinha os expectantes.
Curiosamente, os outros dizem mentiras e nós, uma mentirinha, tão santinhos que somos. Da mesma forma, prestamos ajuda mas os outros só nos deram uma ajudinha, com frequência, uma mãozinha. As crianças estão doentinhas, os adultos doentes e embora progridam só afirmam estar melhorzinhos.
Não há alguém que, nem por só vez, não tenha andado devagarinho, mas não devia ir a caminho de uma rapidinha...
Ninguém quer um homenzinho, mas todos bebemos vinho, temos um vizinho, por vezes gordo que nem um toucinho.
Por me lembrar gente mafiosa não gosto da palavra padrinho e engalinho com uns certos focinhos. Nunca verbalizo a palavra golfinho e, juntamente com os meus sobrinhos, temos uma palavra de substituição... que não vou dizer qual é, faz parte dos códigos secretos!
Por falar em sobrinhos, os meus pintaínhos, gosto de lobinhos, que eu preferia a lobitos quando eles andavam nos escuteiros e as fardas os deixavam tão engraçadinhos...
Para terminar, e só desta vez, só desta... aqui ficam uns beijinhos.

Sem comentários:

Enviar um comentário