A propósito do quociente de excentricidade daquilo a que a revista Sábado chamou ‘Cursos Alternativos’ e onde consta a licenciatura em Ciências Equinas e os mestrados em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe, Ciências da Paisagem e, o que arrebanhou os pontos máximos da excentricidade, Ciências da Complexidade, tive uma conversa interessante sobre as Ciências do Óbvio.
Uma das coisas que mais podemos agradecer aos outros é porem-nos a pensar. Levarem-nos a sistematizar o… óbvio.
Percorrendo o Google temos uma surpresa: há quase cinco milhões de entradas em inglês e mais de 700 entradas para o termo ‘Ciência do óbvio’, das quais sete são de Portugal. Estaremos despreocupados com o óbvio aqui no jardinzito à beira mar plantado?
Duma leitura muito rápida e na diagonal percebi que todos a querem apadrinhar, chamando ciência do óbvio à sua disciplina para dessa forma lhe legitimar prioridade e importância sobre as demais, como se assim se auto colocassem num pódio de indiscutível autoridade, como se dissessem: a medalha é minha, logo, o resto são cantigas…
Obviamente, muito há a dizer sobre o assunto que, sendo óbvio, nem sempre é interior, tal como o casaco que vestimos, do qual conhecemos os bolsos, os botões, a gola, o forro, e dentro do qual nos metemos com destreza, mas não faz parte de nós.
Para mim é óbvio que tenho que aprender até morrer. Está inato em mim, seja uma aprendizagem planeada numa escola, com inscrição e todas essas administrativices ou seja pelo prestar atenção aos outros, ao que dizem, ao que trazem de novo. Mas sendo tão óbvio, não ando sempre a falar do assunto… porquê? Porque é óbvio!
Para mim é óbvio que as férias constituem um período sagrado do ano. Desejo-as fisicamente e faço delas uma prioridade na gestão do tempo, gasto com elas o meu dinheiro, preterindo por exemplo a aquisição dum carro, e glorifico-as interiormente como algo que eu amo. Assim, estranho que me questionem porque raio lhes dou tanta importância? Sendo óbvio para mim, não percebo a dúvida alheia.
Dentro dos óbvios há pelo menos quatro categorias: a científica – se juntarmos dois mais dois, obviamente temos quatro – a previsível – com um tempo assim, obviamente posso ir à praia – a social – se o meu vizinho tem, obviamente que eu também tenho que ter - e a inata, que são os óbvios interiores, explicáveis ou não.
Um exemplo explicável: porque gostam os bebés de ser embalados? Porque durante nove meses se habituaram a baloiçar na barriga da mãe! Em consequência, obviamente, que teremos sempre em nós um certo nomadismo!
Inexplicável, a minha sede de leitura. Habituei-me cedo, é certo, e isso pode conter alguma explicação, mas não explica aquilo que para mim é óbvio: sei que um novo livro é uma nova viagem, uma nova aprendizagem, um crescimento. Mais uma vez, é óbvio para mim, não para todos os outros.
A gestão da minha vida passa por milhares de óbvios que sendo tão óbvios nem penso neles; porém, desde ontem forcei-me a elencar alguns: perante um obstáculo fazer tudo menos desanimar; sorrir o mais possível; nunca desincentivar os outros, apesar de ser muito crítica; ver tudo de vários pontos de vista; não sabendo, perguntar para ficar a saber; não seguir modas a menos que goste delas; confiar em quem sabe mais que eu sobre determinada matéria, entre outras.
Sobre o assunto, obviamente, muito fica por dizer.
Uma das coisas que mais podemos agradecer aos outros é porem-nos a pensar. Levarem-nos a sistematizar o… óbvio.
Percorrendo o Google temos uma surpresa: há quase cinco milhões de entradas em inglês e mais de 700 entradas para o termo ‘Ciência do óbvio’, das quais sete são de Portugal. Estaremos despreocupados com o óbvio aqui no jardinzito à beira mar plantado?
Duma leitura muito rápida e na diagonal percebi que todos a querem apadrinhar, chamando ciência do óbvio à sua disciplina para dessa forma lhe legitimar prioridade e importância sobre as demais, como se assim se auto colocassem num pódio de indiscutível autoridade, como se dissessem: a medalha é minha, logo, o resto são cantigas…
Obviamente, muito há a dizer sobre o assunto que, sendo óbvio, nem sempre é interior, tal como o casaco que vestimos, do qual conhecemos os bolsos, os botões, a gola, o forro, e dentro do qual nos metemos com destreza, mas não faz parte de nós.
Para mim é óbvio que tenho que aprender até morrer. Está inato em mim, seja uma aprendizagem planeada numa escola, com inscrição e todas essas administrativices ou seja pelo prestar atenção aos outros, ao que dizem, ao que trazem de novo. Mas sendo tão óbvio, não ando sempre a falar do assunto… porquê? Porque é óbvio!
Para mim é óbvio que as férias constituem um período sagrado do ano. Desejo-as fisicamente e faço delas uma prioridade na gestão do tempo, gasto com elas o meu dinheiro, preterindo por exemplo a aquisição dum carro, e glorifico-as interiormente como algo que eu amo. Assim, estranho que me questionem porque raio lhes dou tanta importância? Sendo óbvio para mim, não percebo a dúvida alheia.
Dentro dos óbvios há pelo menos quatro categorias: a científica – se juntarmos dois mais dois, obviamente temos quatro – a previsível – com um tempo assim, obviamente posso ir à praia – a social – se o meu vizinho tem, obviamente que eu também tenho que ter - e a inata, que são os óbvios interiores, explicáveis ou não.
Um exemplo explicável: porque gostam os bebés de ser embalados? Porque durante nove meses se habituaram a baloiçar na barriga da mãe! Em consequência, obviamente, que teremos sempre em nós um certo nomadismo!
Inexplicável, a minha sede de leitura. Habituei-me cedo, é certo, e isso pode conter alguma explicação, mas não explica aquilo que para mim é óbvio: sei que um novo livro é uma nova viagem, uma nova aprendizagem, um crescimento. Mais uma vez, é óbvio para mim, não para todos os outros.
A gestão da minha vida passa por milhares de óbvios que sendo tão óbvios nem penso neles; porém, desde ontem forcei-me a elencar alguns: perante um obstáculo fazer tudo menos desanimar; sorrir o mais possível; nunca desincentivar os outros, apesar de ser muito crítica; ver tudo de vários pontos de vista; não sabendo, perguntar para ficar a saber; não seguir modas a menos que goste delas; confiar em quem sabe mais que eu sobre determinada matéria, entre outras.
Sobre o assunto, obviamente, muito fica por dizer.
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