Passo a vida a dizer ao meu filho que tem de estudar. Agora, o Governo, num sussurro, diz-lhe que não precisa, pois passa de ano na mesma e terá um papelucho a dizer que tem X anos de escolaridade! Diz isto e aposto, aposto mesmo, que sorri!
Onde terão ido copiar esta ideia? Que lógica está por detrás desta intenção? Eu só consigo ver alguém a varrer para debaixo do sofá, nada mais.
A introdução do inglês no ensino básico, a informática ou as aulas de educação sexual, são pequenas plantas que darão fruto dentro de anos, espero eu que sejam frutos comestíveis e não aqueles de que ouvi falar, com muito bom aspecto mas venenosos. Apesar da dúvida, mantenho a esperança na apreensão de conhecimentos, competências, tudo conjugado com a minha grande expectativa, que a malta novinha enjoe as bebidas alcoólicas que consomem como se fosse Tang e, não é preciso ser um génio para saber, que lhes põe a moleirinha a funcionar ao contrário. Mas até lá há uma geração onde a imbecilidade reinará, onde a capacidade de decisão, por ser exercício difícil, é substituída por um já existente 'amanhã logo se vê', 'quem vier atrás que feche a porta', e desde que o futebol não acabe a vida continua tal como a conheciam. Que bom estar tudo no lugar!
E assim imagino as repartições de finanças, outros e todos os serviços públicos e demais privados, não a fazerem avenças com os antigos funcionários, mas a mantê-los pois a idade de reforma será tão avançada que há-de passar uma geração até irem para casa e só irão metidos numa caixa de madeira, vulgo caixão, e assim poderão ajudar aqueles a quem o Governo passou de classe, numa atitude que desclassifico e acho inqualificável. Talvez o grande segredo seja este: estamos à espera de uma geração actual, que se enquadre nas necessidades e nas dinâmicas sinérgicas que se pretendem e, como o Governo sabe que ainda vai demorar, mas em simultâneo não quer ficar atrás nas estatísticas, licencia a juventude. Ah, que bom, somos todos doutores...
As pequenas, médias, grandes e multinacionais empresas serão lideradas por primitivos que não sabem ler nem escrever e para fazer contas usam a calculadora do telemóvel, último modelo, pois claro. Estarão todos ligados em rede, como agora é moda e se deseja, na rede do msn, na rede dos futebóis, na cama de rede que os embala desde que nasceram porque nunca se esforçaram em nada na vida e o vento vai embalando, criando uma falsa imagem de movimento.
Os professores têm culpa disto tudo. Pois têm! Assim como os alunos e os pais dos alunos e os avós dos alunos e os vizinhos dos alunos e os amigos dos alunos. E com um paradigma como o de hoje, em que temos que ser estudantes a vida inteira, misturam-se as coisas: temos que ser estudantes sim, mas não no mesmo ano de escolaridade a vida inteira!! Progredir, esforçarmo-nos, sacrificarmo-nos em nome do futuro é ficção científica para a malta nova, algo que não existe pois houve e haverá sempre quem progrida por eles, quem se sacrifique por eles, quem se esforce por eles, quem chegue mais alto e mais longe e mais além por eles, como é o caso do Governo que lhes diz para ficarem a fazer aquilo que gostam, que descansem, que não queimem os miolos, e digo miolos e não neurónios pois estes estão em parte incerta e desconhecida, que ele, Governo, lhes dará aquilo que precisam na forma dum papel que lhes confere conhecimentos e os põe na soleira da porta de qualquer empresa para se sentarem na cadeira de contínuo ou de director geral, de chefe ou de subordinado, não interessa nada porque a malta será toda igual. Agora que penso nisto, pergunto-me: será esta a sociedade da igualdade?
Face aos alunos que (ainda) estudam alguma coisa qual é a mensagem que o Governo passa? Vocês são uns otários!! Podiam tar por aí a limpar paredes com os fundilhos das calças, podiam andar aí a namorar e tão na sala daulas a aturar setôres e setôras? Gandas anormais! Com medidas destas o Governo tem que falar assim.
Seja como for, agora tudo é secundário porque temos que estar atentos ao mundial do futebol que aviva as cores da bandeira e faz saltar o hino nacional fingidamente entoado porque poucos o sabem embora tenham uma ideia que é qualquer coisa dentro do nana nana na na, etc., etc.
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