quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Obstinações

Vamos fazer uma conferência sobre Juan Bosch, o 43ª Presidente da República Dominicana, e de quem se comemorou o centenário de nascimento em 2009.
O fascínio por gente desconhecida manifestou-se mais uma vez. Confesso que nunca tinha ouvido deste nome, e ainda não folheei os seus livros que foram oferecidos à minha biblioteca.
Não me interessa verdadeiramente sobre o que escreveu... interessa-me que tenha escrito, pensado e levado a pensar.
Como Juan Bosch existem dezenas ou centenas de pessoas, vivas ou mortas que dedicaram a vida a empreender. Interessa-me que, não se sentindo bem, tenham tido força para mudar, não tenham desistido, fosse do que fosse. Porém, com o equilíbrio que traz a luz e não a cegueira da motivação pessoal que leva obstinadamente a maus caminhos.
Por outro lado, e aqui faço um parêntesis para ver bem a beleza da ambiguidade aparente das palavras ou das construções frásicas, fiquei a saber que morreu Orlando Zapata. Morreu de fome na sequência duma greve obstinada.
São duas obstinações onde o foro pessoal é secundarizado em prol de outros valores, mais amplos e abrangentes. Não encontro palavras certas para descrever alguém que morre em greve de fome, que faz dos últimos dias um pingar de água mole em pedra dura, que me lembra Gandhi que se deixava bater voluntariamente pois haviam de se cansar...
E se todos tivéssemos esta força, ou mesmo só parte dela? A pergunta é ingénua mas é legítima...

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