sábado, 6 de fevereiro de 2010

Já a seguir... Crónicas da mãe dum adolescente divorciada ou será melhor Crónicas da mãe dum adolescente orfão?

Sábado à noite o Duarte tem um jantar de aniversário de um amigo. Vou levá-lo e regresso a casa, a fazer horas para o ir buscar. Como o telefone dele tinha ficado sem bateria, trocamos os cartões e eu fico com o telemóvel dele que tem mais botões que o meu e mais mariquices que não percebo. Lá dou voltas à coisa e descubro material interessante...  Ligo ao pai e pergunto se quer ir comigo buscá-lo pois...
- Não, eu vou sozinho ou vais tu...
Perante isto... Boa noite senhor pai que se demite dessa missão e nem sequer pergunta... Porquê? Cada vez mais me convenço que ele é dos que pensam que ter um piano faz de nós pianistas... Ainda por cima tinham passado apenas 24 horas sobre uma conversa, que ficara a meio, e onde ele tinha dito:
- Não tinha consciência que fazia o meu filho assim infeliz...
Mas a consciência adormece novamente assim que ele se afasta de mim, a voz da consciência que ele não quer ouvir, não quer perceber e se recusa a interiorizar...
É engraçado como aqui há uns tempos eu juraria que ele nunca se comportaria desta forma e agora... agora vejo que se confirma a bananice, comum a tantos homens...
Homens que deixam a meio conversas sobre a felicidade, ou a infelicidade, dos próprios filhos, e que nada fazem para as terminar... porque será?
É porque têm muito trabalho e não podem fazer um intervalo? Não...
É porque o assunto é delicado? Pois claro...
É porque são pais só quando lhes apetece ou quando lhes dão margem para isso? Sim...
É porque são pessoas fracas, manipuláveis e pobres? Evidentemente...
É porque têm outras prioridades? Sem dúvida...
É porque sabem que erraram mas os únicos que erram e que podem ser chamados à atenção são os filhos, por serem pequenos? Evidentemente...

Cada filho é um mundo e há pais que não fazem a mais pálida ideia em que planeta estão... e pior ainda, que se recusam a abrir os olhos.
E assim, as minhas descobertas no telefone, a leitura de históricos de conversas que me puseram a chorar desalmadamente, uma fotografia amarrotada no meio dos livros... vão ser coisas que ficam comigo porque há pais que têm como prioridade os filhos dos outros.

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