A capacidade de adaptação das pessoas é grande, não há dúvida. Embora afirmemos a sete pés que nós nunca isto ou sempre aquilo, confrontados com determinadas realidades mudamos os hábitos e os nunca e os sempre relativizam-se.
Até há uns tempos, filmes era na sala de cinema e alguns indiscutivelmente no dia da estreia; agora, tudo mudou. Primeira via-os na televisão ao gosto de quem escolhe a programação e agora o meu filho tratou de me dirigir a um antro de perdição na internet onde há de tudo para todos os gostos, inclusivamente as estreias, com uma semana ou menos de atraso.
Resultado, ando mais agarrada ao sofá que nunca, ajudada pelo zumbido nos ouvidos ao qual qualquer barulho é benéfico, porque o diminui. É rara a noite em que não vejo um filme, ou revejo.
Estava eu a dormitar com um dos últimos quando entrou o Duarte e, atirando-se para cima do sofá, perguntou se eu tinha parado o filme.
Não, meu filho, isto é uma obra do Manoel de Oliveira feita em Hollywood e quase só com africanos.
12 anos escravo é uma seca, com momentos tão parados como os ramos de uma oliveira em Agosto no Alentejo. Não encontrei profundidade de interpretação, nem a densidade que uma história daquelas merece, ou melhor, exige.
Os campos de algodão que dão sempre perspectivas fotográficas de cortar a respiração estão lá, mas sem exuberância visual, exuberância essa que faz falta pois acentua o dramatismo da escravatura negra.
Embora não se visse, sabemos que há uma câmara ali, em todo o filme, como se estivéssemos num documentário, e era suposto que nem nos lembrássemos dela. A forma como está realizado, o que se pediu aos actores e deles se aceitou foi pouco, muito pouco. Nada convence, parece um daqueles documentários policiais onde se reconstrói uma cena qualquer.
Ficou-me um amargo nos olhos, tanto mais que a segunda guerra mundial e a escravatura são dois temas que me atraem sempre e sobre os quais não gosto de ver abordagens superficiais.
Até há uns tempos, filmes era na sala de cinema e alguns indiscutivelmente no dia da estreia; agora, tudo mudou. Primeira via-os na televisão ao gosto de quem escolhe a programação e agora o meu filho tratou de me dirigir a um antro de perdição na internet onde há de tudo para todos os gostos, inclusivamente as estreias, com uma semana ou menos de atraso.
Resultado, ando mais agarrada ao sofá que nunca, ajudada pelo zumbido nos ouvidos ao qual qualquer barulho é benéfico, porque o diminui. É rara a noite em que não vejo um filme, ou revejo.
Estava eu a dormitar com um dos últimos quando entrou o Duarte e, atirando-se para cima do sofá, perguntou se eu tinha parado o filme.
Não, meu filho, isto é uma obra do Manoel de Oliveira feita em Hollywood e quase só com africanos.
12 anos escravo é uma seca, com momentos tão parados como os ramos de uma oliveira em Agosto no Alentejo. Não encontrei profundidade de interpretação, nem a densidade que uma história daquelas merece, ou melhor, exige.
Os campos de algodão que dão sempre perspectivas fotográficas de cortar a respiração estão lá, mas sem exuberância visual, exuberância essa que faz falta pois acentua o dramatismo da escravatura negra.
Embora não se visse, sabemos que há uma câmara ali, em todo o filme, como se estivéssemos num documentário, e era suposto que nem nos lembrássemos dela. A forma como está realizado, o que se pediu aos actores e deles se aceitou foi pouco, muito pouco. Nada convence, parece um daqueles documentários policiais onde se reconstrói uma cena qualquer.
Ficou-me um amargo nos olhos, tanto mais que a segunda guerra mundial e a escravatura são dois temas que me atraem sempre e sobre os quais não gosto de ver abordagens superficiais.
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