Ontem comemorou-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A 27 de Janeiro de 1945 abriram-se os portões do campo de concentração de Auschwitz, um cemitério de gente viva.
A memória - e agora que lidamos com um problema de memória selectiva por parte de um jovem na sociedade portuguesa... - tem de ser preservada, tem de nos ensinar o que não se pode repetir e estes avisos têm eles próprios de se multiplicar, nas comemorações, na literatura ou no cinema, ou em qualquer outra forma, mas reais.
Filmes como o aclamado A vida é bela são visões que amenizam a realidade, que, propositadamente ou não, suavizam o horror quando o horror não pode ser suavizado; são perspectivas que iludem como quem afirma que era possível enganá-los, era possível fugir, era possível vencer. Quem vá a Auschwitz sente o logro, o engano, a fraude de filmes como aqueles e percebe a resposta do historiador Robert Hughes quando lhe perguntaram qual a obra de arte adequada para lembrar as vítimas em Dachau, Os próprios fornos são perfeitos. Como é que a arte pode superar a eloquência daquele lugar?
Acabei de ler A bibliotecária de Auschwitz, de Antonio Iturbe, relato baseado numa história verídica, mas que coloca Auschwitz-Birkenau a alguma distância de Auschwitz-Birkenau de Primo Levi e muito longe do que nos invade quando entramos nas antigas instalações dos que eram consumidos com ziklon-b.
As descrições dos longos caracóis loiros onde enrolavam os dedos deixam-nos logo de sobreaviso, assim como os diálogos entre mães e filhas onde a etiqueta social é chamada a intervir. Embora o autor conte como conheceu a protagonista na qual a história se inspira, (quase) tudo nos parece encenado e a mim, encenações que envolvam a morte de milhões de pessoas, dão-me que pensar.
Tal como os muçulmanos têm a obrigação de ir pelo menos uma vez na vida em peregrinação a Meca, todos os cidadãos do mundo que se prezem deviam ir a Auschwitz, proclamar a religião do respeito, venerar a memória e aprender com ela.
A memória - e agora que lidamos com um problema de memória selectiva por parte de um jovem na sociedade portuguesa... - tem de ser preservada, tem de nos ensinar o que não se pode repetir e estes avisos têm eles próprios de se multiplicar, nas comemorações, na literatura ou no cinema, ou em qualquer outra forma, mas reais.
Filmes como o aclamado A vida é bela são visões que amenizam a realidade, que, propositadamente ou não, suavizam o horror quando o horror não pode ser suavizado; são perspectivas que iludem como quem afirma que era possível enganá-los, era possível fugir, era possível vencer. Quem vá a Auschwitz sente o logro, o engano, a fraude de filmes como aqueles e percebe a resposta do historiador Robert Hughes quando lhe perguntaram qual a obra de arte adequada para lembrar as vítimas em Dachau, Os próprios fornos são perfeitos. Como é que a arte pode superar a eloquência daquele lugar?
Acabei de ler A bibliotecária de Auschwitz, de Antonio Iturbe, relato baseado numa história verídica, mas que coloca Auschwitz-Birkenau a alguma distância de Auschwitz-Birkenau de Primo Levi e muito longe do que nos invade quando entramos nas antigas instalações dos que eram consumidos com ziklon-b.
As descrições dos longos caracóis loiros onde enrolavam os dedos deixam-nos logo de sobreaviso, assim como os diálogos entre mães e filhas onde a etiqueta social é chamada a intervir. Embora o autor conte como conheceu a protagonista na qual a história se inspira, (quase) tudo nos parece encenado e a mim, encenações que envolvam a morte de milhões de pessoas, dão-me que pensar.
Tal como os muçulmanos têm a obrigação de ir pelo menos uma vez na vida em peregrinação a Meca, todos os cidadãos do mundo que se prezem deviam ir a Auschwitz, proclamar a religião do respeito, venerar a memória e aprender com ela.
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