Todas as noites pico o ponto ao telefonar para os meus pais a saber como estão, como foi o dia, o que fizeram e não fizeram. Nos últimos dias tenho tido uma pontaria olímpica e ligo sempre quando estão a jantar. Por norma, encurta-se a conversa ou deixa-se para mais tarde. Não foi o que aconteceu na segunda-feira.
Assim que atenderam percebi que a sopa estava a ser consumida e informei que ligava mais tarde. Nada disso! Mais logo é que não que estamos a despacharmo-nos para irmos ver televisão. Televisão?
Durante anos, a senhora minha mãe caracterizou-se por detestar três coisas: bananas (consta que em pequena comeu um cacho de empreitada, razão pela qual nunca mais as pode ver à frente), iogurtes (tendo dedicado a vida às crianças e vivendo no seio de vários colégios infantis onde proliferavam os iogurtes, foi coisa que sempre lhe sempre lhe causou um certo asco) e futebol (mundo no qual conhecia o Eusébio e sabia que se jogava com uma bola).
Agora e desde há uns, poucos, anos, come iogurtes como se não houvesse amanhã, adora bananas e tem um fascínio por futebol inacreditável: vê os jogos, comenta-os, irrita-se quando o Sporting perde e venera o Cristiano Ronaldo.
Assim, naquela noite, eu tive a ousadia de ligar quando iam repetir as imagens da condecoração e, não só fui admoestada para me despachar, como fui convocada para me sentar igualmente diante da televisão, qual missa a que tinha que assistir.
Sendo minha mãe disse que sim e, a verdade, é que fazia intenção de cumprir mas, aquecido o jantar, fui sentar-me na sala e ligando a televisão estava esta sintonizada no canal História e passava uma reportagem sobre o Sudário de Turim, a Kaaba de Meca, a Pedra de Blarney Castel na Irlanda entre outros mistérios que a História vai construindo para nosso prazer e curiosidade.
Deixei-me ficar por ali, saltando de século em século, guiada por teorias variadas onde não faltavam extraterrestres, coisa maravilhosa e, escusado será dizer, nunca mais me lembrei do Cristiano.
E foi assim que no dia seguinte quando voltei a falar aos meus pais e me perguntaram se eu tinha gostado de ver a cerimónia, e depois de um quase qual cerimónia?, que conseguiu ser atalhado, eu respondi, mentindo, que sim, fora muito bonita.
Ora, como toda a gente sabe, apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo, e eu aguardo serenamente o meu castigo.
Assim que atenderam percebi que a sopa estava a ser consumida e informei que ligava mais tarde. Nada disso! Mais logo é que não que estamos a despacharmo-nos para irmos ver televisão. Televisão?
Durante anos, a senhora minha mãe caracterizou-se por detestar três coisas: bananas (consta que em pequena comeu um cacho de empreitada, razão pela qual nunca mais as pode ver à frente), iogurtes (tendo dedicado a vida às crianças e vivendo no seio de vários colégios infantis onde proliferavam os iogurtes, foi coisa que sempre lhe sempre lhe causou um certo asco) e futebol (mundo no qual conhecia o Eusébio e sabia que se jogava com uma bola).
Agora e desde há uns, poucos, anos, come iogurtes como se não houvesse amanhã, adora bananas e tem um fascínio por futebol inacreditável: vê os jogos, comenta-os, irrita-se quando o Sporting perde e venera o Cristiano Ronaldo.
Assim, naquela noite, eu tive a ousadia de ligar quando iam repetir as imagens da condecoração e, não só fui admoestada para me despachar, como fui convocada para me sentar igualmente diante da televisão, qual missa a que tinha que assistir.
Sendo minha mãe disse que sim e, a verdade, é que fazia intenção de cumprir mas, aquecido o jantar, fui sentar-me na sala e ligando a televisão estava esta sintonizada no canal História e passava uma reportagem sobre o Sudário de Turim, a Kaaba de Meca, a Pedra de Blarney Castel na Irlanda entre outros mistérios que a História vai construindo para nosso prazer e curiosidade.
Deixei-me ficar por ali, saltando de século em século, guiada por teorias variadas onde não faltavam extraterrestres, coisa maravilhosa e, escusado será dizer, nunca mais me lembrei do Cristiano.
E foi assim que no dia seguinte quando voltei a falar aos meus pais e me perguntaram se eu tinha gostado de ver a cerimónia, e depois de um quase qual cerimónia?, que conseguiu ser atalhado, eu respondi, mentindo, que sim, fora muito bonita.
Ora, como toda a gente sabe, apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo, e eu aguardo serenamente o meu castigo.
Sem comentários:
Enviar um comentário