terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A mendigar no Centro de Saúde

Depois de bater com o nariz na porta do Centro de Saúde da minha área de residência, procuro o alternativo. Estão em obras, diz um papel manhoso como a saúde dos portugueses, colado ao vidro da porta.
O outro Centro de Saúde tem uma maquineta de senhas à entrada, de onde retiro um papel. Faltam quatro pessoas, não é mau. Porém, as três estrelas do balcão de atendimento comentam o Natal, os acidentes, a chuva e não chamam ninguém. Na sala ninguém parece aborrecido ou espantado. Mas que raio...
Vou ao balcão perguntar se há algum problema. Não, não há qualquer problema, o que acontece é que os médicos que eventualmente têm vaga ainda não chegaram e são eles que dizem se atendem ou não atendem os doentes. Abano a cabeça como num arrepio e explico que não quero consulta para o dia e sim marcar para mais tarde. Dá no mesmo, diz a senhora com simpatia genuína, como eu não tenho médico de família tenho que esperar e pedir, mesmo que para mais tarde. Então e posso marcar por email? Pode sim senhora, ou por telefone, como queira.
Agradeço e saio, atrasada para o trabalho. Ao fim do dia envio o mail, nome, morada, número de utente, pedido de consulta. A resposta não se fez esperar: caixa do correio cheia...
Reenviei a mensagem no dia seguinte, a resposta repetiu-se, escusado será dizer que o telefone está sempre interrompido e lá terei que ir sentar-me na sala de espera, de mão estendida, rezando pela caridade de um qualquer médico.
Viva o sistema de saúde, viva!

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