Com o conforto, a que muitos estavam habituados, a passar férias em parte incerta é cada vez mais o número de pessoas que utiliza os transportes públicos. Dois minutos de atraso são suficientes para não se encontrar lugar no estacionamento e o metro, que outrora saia vazio da estação de Amadora-Este, agora vai cheio.
Nos primeiros anos que trabalhei em Almada, e morando no Algueirão, apanhava cinco meios de transportes para lá chegar e outros cinco para entrar em casa: camioneta de casa até aos comboios; comboio até ao Rossio, de onde saltava quase em andamento e em andamento entrava num autocarro que me deixava à porta do barco; navegava até Cacilhas onde apanhava nova camioneta para o centro de Almada. Apenas no regresso, quando não tinha pressa e o tempo estava bom, prescindia do autocarro entre os barcos e o Rossio. Hoje ando apenas de metro e ando muito bem, à excepção dos dias de greve, em que venho de carro e entro no trabalho às sete da manhã.
Uma coisa que me irrita solenemente é a facilidade e a forma com que as pessoas reclamam sem pensar por tudo e por nada. Um minuto de atraso adquire proporções épicas de desassossego em certos passageiros, põe-se na má vida as mães dos maquinistas, atiram-se impropérios sobre um jornal abandonado que as empregadas da limpeza, nesse dias umas poltronas, nem sequer apanharam… enfim, uma tristeza.
Os ‘novos’ passageiros, os que antes iam de carro e agora emparelham com a ralé, e que se notam pelos cremes que lhes cobrem as caras e pescoços, pelos perfumes que se instalam em carruagens inteiras, pelas bijutarias tão parecidas, mas tão mesmo, com peças originais, pela forma afectada como se sentam fazendo tudo para não tocar na plebe que toma lugar a seu lado, como torcem o nariz a qualquer um que se vista de modéstia, são os que mais se incomodam e quando vão em pé então, valha-me S. Cristovão! Então pagam e vão em pé? Olhe, viesse mais cedo, ou então mande a criada guardar-lhe o lugar…
A coisa anda má, mas para algumas pessoas a crise é o próprio inferno, até de metro têm de andar! Ao que uma pessoa se sujeita!
Nos primeiros anos que trabalhei em Almada, e morando no Algueirão, apanhava cinco meios de transportes para lá chegar e outros cinco para entrar em casa: camioneta de casa até aos comboios; comboio até ao Rossio, de onde saltava quase em andamento e em andamento entrava num autocarro que me deixava à porta do barco; navegava até Cacilhas onde apanhava nova camioneta para o centro de Almada. Apenas no regresso, quando não tinha pressa e o tempo estava bom, prescindia do autocarro entre os barcos e o Rossio. Hoje ando apenas de metro e ando muito bem, à excepção dos dias de greve, em que venho de carro e entro no trabalho às sete da manhã.
Uma coisa que me irrita solenemente é a facilidade e a forma com que as pessoas reclamam sem pensar por tudo e por nada. Um minuto de atraso adquire proporções épicas de desassossego em certos passageiros, põe-se na má vida as mães dos maquinistas, atiram-se impropérios sobre um jornal abandonado que as empregadas da limpeza, nesse dias umas poltronas, nem sequer apanharam… enfim, uma tristeza.
Os ‘novos’ passageiros, os que antes iam de carro e agora emparelham com a ralé, e que se notam pelos cremes que lhes cobrem as caras e pescoços, pelos perfumes que se instalam em carruagens inteiras, pelas bijutarias tão parecidas, mas tão mesmo, com peças originais, pela forma afectada como se sentam fazendo tudo para não tocar na plebe que toma lugar a seu lado, como torcem o nariz a qualquer um que se vista de modéstia, são os que mais se incomodam e quando vão em pé então, valha-me S. Cristovão! Então pagam e vão em pé? Olhe, viesse mais cedo, ou então mande a criada guardar-lhe o lugar…
A coisa anda má, mas para algumas pessoas a crise é o próprio inferno, até de metro têm de andar! Ao que uma pessoa se sujeita!
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