domingo, 6 de novembro de 2011

Eu não entro em grupos

Voltei a andar de táxi. Já não o fazia há meses mas voltou a acontecer ser conduzida por alguém que parece ter acabado de sair duma soup americana dos anos 70.
O rádio ia ligado e o assunto era a crise. Agarrou o mote e repetindo que era preciso poupar e que ele não entrava em grupos, foi contando como era apologista de se abrir uma ou outra excepção, por exemplo para o filho de 25 anos e que ainda morava em casa. O dito filho tinha sido alvo dum presente de quase 300 euros, um gadget electrónico que ele não explicar bem qual era, mas a culpa não era dele, que ele não entrava em grupos, a culpa era da mulher...
Mais, ele já a tinha avisado que era preciso poupar, mas ela... ela não o ouvia e de vez em quando chateavam-se porque ela parecia que não ouvia notícias e não via como o mundo andava, mas ele, ele não ia em grupos, mas infelizmente teve que engolir quando ela comprou o desumidificador e o ar condicionado, que só foi ligado uma vez no Verão. Aí resolvi dizer qualquer coisa e manifestei a ideia que, apesar de fazer mal, mas o ar condicionado sabe bem e fui esclarecida que não se tratava dum equipamento portátil qualquer, mas duma instalação central que dava frio e calor à casa toda, ele próprio o tinha escolhido e supervisionado a instalação, que isto é preciso andar em cima da malta que instala as coisas e ele era de olho vivo e não ia em grupos.
Fiz a minha voz de surpresa e disse que me parecia ter ouvido ele dizer que fora a mulher a comprar o ar condicionado ao que ele esclareceu, esquecendo-se do que tinha dito antes, que a mulher queria um e ele concordara imediatamente; para terminar a conversa ainda me perguntou, afinal, para que serve o dinheiro? Para poupar?

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