sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Romeu e Márcia

A madrugada caminhava ainda ensonada, acabada de entrar ao serviço. O jovem sentia-se morrer por dentro, e se ela não o aceitasse de volta? Márcia, Márcia, Márcia, deixa-me voltar, gritava em palavras, em silêncios, em olhares, em lágrimas, em cartazes.
Não é preciso ser polícia para perceber que não é o interesse que move o nosso jovem, é o amor.
Tudo indica que Márcia não usa carro - não usa, não tem? não sabemos - vem de metro. À saída da estação do Marquês de Pombal, para a Alexandre Herculano, Romeu deixa uma mensagem:
Mas, terá Márcia mudado o percurso? Eventualmente perturbada com o fim do relacionamento, terá pedido boleia a alguém, evitará o metro? O melhor é prevenir:
Cem metros adiante, à porta da universidade e em local de difícil acesso, o que leva a supor ajuda, nova mensagem, pública, explícita, implorante: Eu preciso de ti, és a única pessoa que me faz feliz, adoro-te Márcia.
Com desconhecimento total da situação, mas confrontada com estes cartazes, nado em inveja. Lembro-me de Mr. Darcy, um eterno namorado de toda a gente, que o cinema fez sempre bonito, como se a beleza fosse ainda necessária naquele mar de romantismo, de seriedade, de carácter, de personalidade.
Imagino o sorriso de Márcia, o ciúme das amigas, a inveja dos amigos por falta de coragem para assim se declararem. Não quero imaginar o que terá feito Romeu para que Márcia o tenha deixado (?), hoje opto por um atitude de pleno amor, de romantismo sem limites, imaginando um qualquer mal entendido que já teve solução e neste momento sorriem ambos sabendo que serão felizes para sempre.

2 comentários:

  1. O que me faz pensar, é o desespero do Romeu...

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  2. Quero acreditar que fizeram as pazes :)
    Ele está apaziguado, ela está serena. Preciso mesmo de acreditar que está tudo bem, nem que seja com perfeitos desconhecidos.

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