Dizem os dentistas que
os dentes são o que de mais importante temos no corpo: garantem uma ingestão de
alimentos adequada, etc., etc. Os otorrinos não nos querem surdos, que isto de
não escutar é uma desgraça; os ginecologistas avisam-nos dos imensos perigos
que corremos se não os procurarmos com frequência e tal, e cada um na sua
especialidade é o número um.
Porém, digam o que disserem,
a visão é o que leva mais atenção, preocupação e dinheiro. Por isso mesmo,
quando dois médicos me disseram que tinha uma miopia galopante, e vendo-me já numa
lista de espera para a operação, com imensa dificuldade em conduzir de noite,
em ler legendas na televisão e mais não sei quantas coisas, decidi a sorte de
tentar ser operada na clínica espanhola onde o meu pai fizera o mesmo há uns
anos, com resultados extremamente gratificantes desde o primeiro minuto.
O preço a pagar pela
intervenção era menos de um terço do valor pedido aqui no rectângulo à beira
mar plantado, tal como tinha acontecido com as cataratas do meu pai. Nem pensei
duas vezes, fui na passada quinta-feira, para ser intervencionada na sexta.
Não contava eu com as
tensões que sobem e descem a seu bel-prazer: a ocular estava alta, a arterial
estava baixa, os senhores disseram que não operavam e sexta à noite já eu
dormia em casa, desanimada e triste.
Nem o bom tempo de sábado
me deixou mais bem-disposta e o cinzento de ontem deixou-me na cama mais tempo
que o normal.
Ora, tempo não é coisa
que se desperdice, há tão pouco!, Vamos lá comprar uns óculos, ficar na filinha
pirilau para a operação e não perder tempo a pensar no assunto.
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