De entre todas as empresas que, aparentemente, se
preocupam com a qualidade e querem aferi-la através de inquéritos junto dos
utilizadores, a TMN leva a taça.
Com uma frequência inusitada ligam a querer saber imensa
coisa e pedem que sejamos sintéticos, tão sintéticos quanto se pode ser dando
respostas quantitativas.
Não há espaço para se especificar que o Sr. X fez
um atendimento magistral, independentemente de ter resolvido ou não a nossa
questão, ou que a Sr.ª Y é uma suricata cuja linguagem própria não é compreensível
por humanos.
Assim, o atendimento tem de ter uma nota. Fazemos a
média? Optamos por aquele que mais impacto nos causou? Somos radicais e
consideramos que devemos priorizar o mau atendimento para que outros não tenham
que levar com ele? Somos generosos e elevamos aquele que parecia estar a
resolver um assunto da sua própria pessoa?
Explica-se então ao perguntador do inquérito que
se deve diferenciar o atendimento em si da resolução do problema, pois são duas
questões diversas. Sim, sim, mas que nota
lhe atribui?
Respiramos fundo e respondemos com uma pergunta: Olhe, e já agora, o que fazem com estes
inquéritos?
Parece que o seu verdadeiro propósito é arranjar
emprego para várias pessoas que assim gastam o seu tempo, passando horas ao
telefone com os clientes, apontando as respostas num longo rolo de papel que se
desenrola numa ponta e se vai enrolando na outra, como uma informação real que é
lida na praça pública por um escudeiro letrado para o povo analfabeto.
Ou então não. Como aquilo não serve para nada os
colaboradores da empresa fazem as perguntas sim senhor, mas lá do outro lado
desenham formas geométricas tortas num papel branco, cujos riscos vão
carregando, fazem tricot (nós é que precisamos de uma mão para segurar o
telefone, eles têm uma bandolete que lhes permite ouvir e que termina num mini
microfone perto da boca), fazem puzzles de não sei quantas mil peças – que trocam
uns com os outros quando chegam a um impasse – entre muitas outras coisas.
É preciso sempre repetir que o mau grado das
respostas não se dirige às pessoas em particular e sim à empresa. Não têm
formação e são formatados para dar respostas pré-concebidas entre balizas muito
pequenas que, só excepcionalmente agradam ao cliente e lhes resolvem os
problemas. Bem, esta é a regra, por que também há alguns que confirmam
cientificamente que o bom senso de vez quando tira férias.
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