A meio do Verão
passado fui coagida pela minha vaidade e curiosidade a usar gelinho nas unhas.
O cor-de-rosa
encarniçado durou perfeito duas ou três semanas, mesmo a lavar a loiça e a
fazer tudo com as mãos. O problema começou quando me fartei daquilo, tanto mais
que, dado o crescimento das unhas, a cor vai avançando dando a ideia não que
temos as unhas pintadas, mas que temos as pontas dos dedos cheias de sangue.
Tirar aquilo
revelou-se um enorme desafio e passei as férias com manchas ou pintas, conforme
o tamanho, nas unhas, que iam saindo à força de fazer pressão com as outras
unhas. Aí em meados de Agosto aquela porcaria saiu toda e eu jurei que nunca
mais faria semelhante coisa!
E não fiz…
conscientemente…
Há dias comprei
dois vernizes verdes com o propósito de fazer sessões de pintura de unhas com a
minha sobrinha durante as mini férias de Natal. Quando fui pagar a senhora
disse-me que quem levasse dois produtos tinha direito a um terceiro gratuito;
voltei ao mostrador de vernizes e conclui que tinha as cores praticamente
todas, tendo ficado indecisa. Acabei por aceitar a sugestão da senhora que me
indicou um frasco com líquido transparente e cheio de minúsculas bolinhas
encarnadas e azuis. Ela abriu o frasco e passou uma camada numa das suas unhas
e achei aquilo encantador, com a certeza que a miúda ia adorar.
Porém, aquilo que
já se sabe provou-se mais vez: a gaiata é mais esperta que eu e,
inexplicavelmente, não quis usar o verniz das pintinhas coloridas. Para a
convencer usei-o eu mas nem mesmo assim ela quis experimentar. Ainda lhe
sugerir, oh ignorância, oh estupidez, que pintássemos as mãos como fazem no
norte de África com henna, mas ela recusou.
Assim andei estes
dias com as unhas pintadas às bolinhas e ontem à noite sentei-me diante da
televisão com a caixa da manicura para apagar o ar festivo dos dedos, mas quem é que diz que as pintas me saem das
unhas? Tal e qual como o gelinho do Verão estavam agarradas que nem lapas e nem
com a lima se dignaram largar a unha.
Ok, não vão a
bem, vão a mal! Usei um dos verdes escuros, três camadas bem dadas, grossas e
luzidias e adeus pintas coloridas. Adeus, até nunca mais!
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