segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Saudade


Preciso ligar para uma colega. Procuro o número na agenda do telefone carregando na letra inicial do nome pretendido. Os dois únicos nomes começados com aquela letra aparecem no pequeno ecran. Um é o dela, o outro, o de um amigo que se suicidou em Agosto. 
Leio-lhe o nome como se me fosse permitido falar-lhe, bastando carregar naquela tecla, fazer uma pequena pressão e ouvir o toque de chamada, toque que ele também ouvirá lá do outro lado.
Morbidamente, entro no Facebook como se transpusesse a entrada de um qualquer jardim das tabuletas. Sei que o encontrarei lá. 
Revejo-lhe o sorriso que não transporta qualquer dúvida sobre a vontade de viver que manifestava sempre. O porquê eterniza-se, acompanhado de saudades.

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