Preciso ligar para uma colega.
Procuro o número na agenda do telefone carregando na letra inicial do nome
pretendido. Os dois únicos nomes começados com aquela letra aparecem no pequeno
ecran. Um é o dela, o outro, o de um amigo que se suicidou em Agosto.
Leio-lhe
o nome como se me fosse permitido falar-lhe, bastando carregar naquela tecla,
fazer uma pequena pressão e ouvir o toque de chamada, toque que ele também
ouvirá lá do outro lado.
Morbidamente, entro no Facebook
como se transpusesse a entrada de um qualquer jardim das tabuletas. Sei que o
encontrarei lá.
Revejo-lhe o sorriso que não transporta qualquer dúvida sobre a
vontade de viver que manifestava sempre. O porquê eterniza-se, acompanhado de saudades.
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