terça-feira, 16 de outubro de 2012

Peço justiça!

A música portuguesa que no Verão inundou rádios, gargantas e vozes foi em jeito de convite, Anda Comigo Ver os Aviões.
Quer se gostasse ou não levávamos com ela e não havia quem não soubesse pelo menos parte da letra. Os meus sobrinhos passaram comigo um mês inteiro onde cantaram os Aviões até à exaustão e eu não podia deixar de amar cada vez que o rádio nos inundava com aquela melodia porque ele, sempre sentado atrás de mim, esticava-se para a frente pressionando o cinto de segurança e apertava-me os ombros quando vinha aquela parte mulher tu sabes o quanto eu te amo, o quanto eu gosto de ti...
E assim me emocionava vezes sem conta ao longo do dia, para além de outros momentos felizes que, com ele, aparecem com muita frequência, fruto de um relacionamento de 10 anos intensos, profundos, mágicos e inexplicáveis.
E isto não sabe o senhor professor que foi dar uma aula de substituição ao meu sobrinho, mal disposto e contrafeito, porque se soubesse nunca lhe teria batido. É que as más disposições do senhor professor são gotas de água comparadas com as minhas.
Bateu no meu sobrinho e na turma inteira e quando os gaiatos começaram a chorar disse-lhes que se calassem senão, apanhavam mais. Usou um objecto não identificado, tipo ponteiro mas com picos na ponta, com que lhes bateu repetidamente na cabeça.
Mas o senhor professor não é parvo... teve o cuidado de expulsar da sala uma aluna logo nos primeiros minutos, a única aluna cigana que estava presente. Tivesse ele tocado num cabelo da garota e a família dela estaria à porta de sua casa para lhe estender o tapete vermelho...
O senhor professor está habituado a lidar com alunos mais velhos e enfada-o ter que entreter garotos do 5º ano, garotos esses sem historial de más educações; achou o senhor professor por bem levar um vídeo do National Geographic em inglês sobre crostas solares para que os miúdos vissem... por coincidência o meu sobrinho adora o tema, e quase me atrevo a dizer que sabe mais do assunto que o próprio professor, tendo ficado feliz e surpreendido com a passagem do documentário. Mas o que se mostrou como uma aparente boa surpresa transformou-se num pesadelo. Os outros também estavam em êxtase... ao contrário. Aborrecidos, mas quietos, embora faladores, como já se provou por diferentes relatos das meninas crânio da sala, foram mandados calar à força de levarem pancadas na cabeça, imediatamente a seguir à única expulsão verificada na aula.
Tivessem os gaiatos partido a sala, ele era obrigado a chamar uma auxiliar. Nunca o fez. Um dos miúdos veio para casa cortado na sequência do tal objecto não identificado se ter partido, o que foi descrito pela turma como uma espécie de lâmpada fluorescente!
A aula acabou com metade da turma a chorar enquanto o senhor professor se passeava entre as carteiras e os miúdos punham os braços à volta da cabeça em jeito defensivo, com medo de levarem sem saberem porquê.
Defensora acérrima dos professores que tanto penam com comportamentos dignos de animais por parte de certos alunos, exijo justiça para com a atitude deste energúmeno que se diz professor.
Agora tem um inquérito às costas e se o inquérito não correr como deve ser vai ver o que é a minha veia cigana.

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