quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A arte de matar dragões

Ignacio del Valle é o autor duma trama que ganhou o Prémio Felipe Trigo de Novela. Li-o em português, edição da Porto, e arrependi-me de não ter usado uma edição castelhana: há expressões, palavras, invisibilidades muito palpáveis que não senti, apesar de suspeitar que estavam lá.
Não foi tanto o trabalho de Alcinda Marinho, a tradutora, mas antes a tarefa de revisão – perdoem-me por não ter apontado se o livro teve revisor, mas foi emprestado e já não o tenho. Faltam elementos de ligação nas frases, como se fosse aquele jogo em que se eliminam letras das palavras e, mesmo assim, conseguimos ler sem perder o norte do conteúdo. Desapareceu um e aqui, um da ali e por aí fora.
Por outro lado, Robert Taylor virou Robert Tailor… se foi assim que o autor escreveu (??) a tradutora devia ter incluído um N.T. dizendo isso mesmo, caso contrário é bizarro que tenha saído assim.
Por outro lado, Arturo Andrade, o protagonista, é novo demais para certos pensamentos, atitudes, conclusões, o que faz com que a menção à sua idade pareça um elemento irreal na narrativa.
Ainda assim, a mescla entre a arte a Guerra Civil, as andanças do espólio do Prado por aqueles caminhos desviantes, que levam onde não se espera e onde não se quer, merece ser lida e aplaudida, embora esperasse mais.

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