A paleta de cores dum areal num domingo à tarde é digna de ser vista. O enfoque é dado nas cores fortes e garridas, preferidas para fatos de banho, chapéus-de-sol e toalhas que se aninham uns nos outros face ao reduzido espaço disponível e quanto mais dentro de água melhor, seja por causa da criancinha que quer estar sempre com os pés molhados ou pela preguiça de andar na areia.
A metodologia da marcação de propriedade é similar à que se fez na Lua, espetando uma bandeira: aqui enterram-se chapéus-de-sol e estendem-se toalhas, marcando assim o território, mas nem sempre de forma definitiva, pois basta o vento levar a toalha para vir um espertinho, que até ajudou assoprando, para esticar a dele e ficar com aquele metro rectangular.
Porém, há outra coisa que nos obriga a arredar para trás e contra isso nada há a fazer: a maré. Já se sabe que é difícil remar contra a maré e quando o remo é um par de chinelos, uma toalha e uma sacola, pior ainda.
Assim, aquele pedaço de terreno arenoso que nos proporcionou tanto prazer a uma certa hora começa a ser ameaçado pela espuma das ondas para ser galgado pela água empurrando-nos pela areia acima. Para onde? Para cima de alguém, um alguém qualquer, mas que já lá estava.
Quando isto acontece somos alvo de olhares antipáticos e até algumas palavras menos agradáveis, mas é questão de se esperar uns minutos e as mesmas pessoas que não gostaram que estendêssemos a toalha tão em cima deles, pegam agora na sua bagagem e fazem exactamente o mesmo com outros veraneantes, metros acima, passando a nossos companheiros de infortúnio e esquecendo o que disseram um quarto de hora antes.
A faixa de areia mais longe da água começa pois a ser alvo de ocupações daqueles que a desprezaram quando montaram a tenda assim que chegaram.
A parte mais engraçada de toda esta dinâmica – especialmente quando NÃO nos acontece a nós – surge quando uma onda apanha toalhas, sacos e sapatos de alguém que está dentro de água e não se apercebe. É como uma queda no meio da rua em dia de chuva, provoca sempre gargalhadas, é instintivo e mais forte que nós, ou, pelo menos, mais forte que eu.
O pior é que eu quero ajudar, quer o pobre que se estatalou debaixo de chuva quer a família de fato-de-banho cujos pertences parecem ter saído da máquina de lavar sem terem feito a centrifugação, mas como estou sempre a rir-me sou mal interpretada e por norma vejo a minha ajuda ser negada. Mas a gargalhada, desculpem lá, ninguém ma tira!
A metodologia da marcação de propriedade é similar à que se fez na Lua, espetando uma bandeira: aqui enterram-se chapéus-de-sol e estendem-se toalhas, marcando assim o território, mas nem sempre de forma definitiva, pois basta o vento levar a toalha para vir um espertinho, que até ajudou assoprando, para esticar a dele e ficar com aquele metro rectangular.
Porém, há outra coisa que nos obriga a arredar para trás e contra isso nada há a fazer: a maré. Já se sabe que é difícil remar contra a maré e quando o remo é um par de chinelos, uma toalha e uma sacola, pior ainda.
Assim, aquele pedaço de terreno arenoso que nos proporcionou tanto prazer a uma certa hora começa a ser ameaçado pela espuma das ondas para ser galgado pela água empurrando-nos pela areia acima. Para onde? Para cima de alguém, um alguém qualquer, mas que já lá estava.
Quando isto acontece somos alvo de olhares antipáticos e até algumas palavras menos agradáveis, mas é questão de se esperar uns minutos e as mesmas pessoas que não gostaram que estendêssemos a toalha tão em cima deles, pegam agora na sua bagagem e fazem exactamente o mesmo com outros veraneantes, metros acima, passando a nossos companheiros de infortúnio e esquecendo o que disseram um quarto de hora antes.
A faixa de areia mais longe da água começa pois a ser alvo de ocupações daqueles que a desprezaram quando montaram a tenda assim que chegaram.
A parte mais engraçada de toda esta dinâmica – especialmente quando NÃO nos acontece a nós – surge quando uma onda apanha toalhas, sacos e sapatos de alguém que está dentro de água e não se apercebe. É como uma queda no meio da rua em dia de chuva, provoca sempre gargalhadas, é instintivo e mais forte que nós, ou, pelo menos, mais forte que eu.
O pior é que eu quero ajudar, quer o pobre que se estatalou debaixo de chuva quer a família de fato-de-banho cujos pertences parecem ter saído da máquina de lavar sem terem feito a centrifugação, mas como estou sempre a rir-me sou mal interpretada e por norma vejo a minha ajuda ser negada. Mas a gargalhada, desculpem lá, ninguém ma tira!
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