quinta-feira, 14 de julho de 2011

Não fiquei assediada

Terminei O Assédio de Reverte. Como dizia um amigo à saída da sala de cinema depois de sessão que não ficou para a história, interessante mas com pouca acção
Rogélio Tizon é a personagem de peso da narrativa, numa Cádiz liberal do início do século XIX, por onde anda também um corsário de olhos verdes. Ora, nem precisava ter olhos verdes, bastava-lhe ser corsário, profissão romântica e que inspira suspiros em donzelas e em mim.
Confesso que saltei parágrafos de descrições de como-fazer-uma-bomba-acertar-no-sítio-pretendido, com estudos de probabilidades, medições de peso, previsões sobre os ventos e não sei o quê mais, pois não as li. Mas adorei as passagens – ainda que também longas – sobre a vida no navio com burrajonas e demais velas desfraldadas.
Ainda assim, Reverte mantém a capacidade de conseguir fazer-me ver o que descreve, o que nem sempre acontece com outros autores. Leio e estou lá, sinto o cheiro das ruas que ladeiam o mar, a humidade faz-me arrepiar de frio e a chuva molha-me. Só por isso vale a pena.
Calhamaço com quase 700 páginas, da Asa, traduzido por Helena Pitta, 2011.

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