segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Último grito

Ontem vi um filme onde um cão ameaçava morder os pés de uma mulher que passava na rua. A dona do animal agarrou-o ao colo e acariciou-o, falando-lhe baixinho. Para o acalmar? Não. Para lhe segredar que o compreendia bem pois os sapatos da mulher eram da colecção do ano anterior.
Hoje não corro o risco de ter um cão a querer morder-me os calcanhares porque não trago sapatos da colecção do ano passado - era o que faltava! - trago uns acabados, mas acabadinhos mesmo, de sair da caixa de sapatos de Inverno, comprados numa feira de descontos, a Feira dos Stocks de Coruche, quando a minha irmã estava grávida da minha sobrinha e a minha sobrinha fez nove anos no último quatorze juillet, allons enfants de la patrie, já a mãe dela faz a quatorze mas de Agosto, numa clara e evidente lembrança da batalha de Aljubarrota, o filho mais novo viu a luz do dia a vinte e três de Novembro, o mesmo dia em que nasceu Billy the Kid, e o mais velho, adiantado, como sempre, nasceu a quatro de Outubro.
Os sapatos são tipo sapatos de mãe, com um saltinho elegante, nada de exageros, não porque não gostasse, mas porque não consigo, a pena é grande e é minha.

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