segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Mas quem é que manda aqui?

O meu corpo é um rebelde, um ser de convicções, um revolucionário.
Avisado - não sei por quem - que já não havia feriado dia um de Novembro, decidiu rebelar-se e dois dias antes acometeu-se de febres, de dores, de mal-estares, de tal forma que tive que ficar com ele em casa no último dia de Outubro. Enfrasquei-o em medicamentos contra as gripes e as constipações, obriguei-o a beber litros e litros de água e dia um, contra a vontade dele, levei-o até ao trabalho.
Por lá se arrastou, eu bem via que a vontade dele e nada eram a mesma coisa, mas não teve outro remédio.
Só para me aborrecer, no sábado impediu-me de fazer a caminhada e de ir ao mercado, logo agora que descobri uma cigana que vende roupa em segunda mão em excelente estado. Deste distinto estabelecimento veio o meu novo casaco Burberry, por uns meros cinco euros, tendo eu deixado apalavrada outra peça de roupa para este fim de semana, já com o ordenado na algibeira.
Mas não, lá ficámos em casa o dia todo, deitados a olhar a televisão, não a vê-la, ou a dormir. Ao fim do dia consegui arrancá-lo daquele marasmo, acenando-lhe com um vibrante passeio ao supermercado. O teimoso não queria ir, ainda fez uma birra enquanto o vestia e, mais uma vez, foi obrigado.
Tivemos uma longa conversa onde lhe expliquei que não era nenhuma máquina e que não se armasse em futurista a querer controlar-me. Espero ter deixado bem claro quem é que manda aqui, eu!

2 comentários:

  1. Muito bom! Consegui rir e, juro, estava totalmente sem vontade ...

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  2. E eu sorri com o seu comentário... fazer rir os outros é muito gratificante. Deixa-me satisfeita e com a sensação de ter contribuído para a boa disposição de alguém :)

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