Os meus estudos em Medicina vão avançando aos poucos. Isto não é fácil...
Lembro-me das primeiras cadeiras como se fosse hoje: eram verdes escuras, de um material entre a pele e um tecido forte, rugoso, não sei onde a CP o foi desencantar.
Começava como qualquer bom aluno logo cedo, tosses e constipações, era o básico, mas também havia descrição de doenças, a que alguém mais abalizado atirava, então era sarampo? Não, era varicela. O essencial era ouvir com atenção.
Mais tarde passei pelos bancos dos barcos, que ainda não se chamavam Transtejo nem Soflusa, e descobri todo um novo mundo de doenças, como se as pessoas que viviam na margem sul sofressem de diferentes maleitas. Ele era lúpus, ele era zona - que eu também tive - e demais patologias.
Regressei a Lisboa e as matérias alargaram-se mas de forma especializada, as cadeiras do Metro substituídas por outras mais largas, outras cores, outros padrões, outras doenças, com especial incidência para as cancerosas, conselho de medicamentos vários onde não falta a sugestão de uso de produtos naturais que as farmácias levam-nos tudo.
Assim, depois de tantos anos de estudo vou abalançar-me a fazer o meu primeiro diagnóstico, começando por discordar de certas linhas da ciência médica: a Demência não afecta apenas os idosos.
Há pessoas cada vez mais novas a sofrerem da doença, que se caracteriza por ser neuro-degenerativa, provocar o declínio da actividade intelectual, diminuindo as capacidades sejam de trabalho, de relacionamento social e causando graves distúrbios na personalidade e no comportamento. Vejam-se dois casos recentes.
O primeiro é o da mulher que teve uma filha e a deixou no porta-bagagens do carro durante dois anos. Como foi dito por especialistas, à demência alia-se um quadro de malvadez, de dimensões épico-literárias, acrescento eu.
Esta situação não tem tratamento possível, a senhora deve ser condenada, não à morte, mas às paredes da sua loucura, encarcerada para sempre, sem visitas, sem livros, o nada e a solidão por companhia, nem os guardas lhe dirigiriam a palavra. Podia continuar a respirar, já não era mau.
O segundo caso, de demência na categoria de estupidez, apresenta perda de capacidades cognitivas, verificando-se em alguém que também sofre de dupla personalidade: a pessoa em questão pensa que é escritora, o que torna o caso muito grave.
Não é caso único e é altamente lesivo para a saúde pública que existam editoras que sejam cúmplices de pessoas assim, fazendo-as crer que são o que nunca foram.
A doença apresenta sinais depressivos e psicóticos, que derivam em alucinações e em delírios, constatando-se o uso inadequado do juízo; em simultâneo confere-se a existência de imbecilidade que se caracteriza por uma sujeição ao que lhe é sugestionado, com eventual criação de perigo para os outros, ou seja, quando alvitrado para a perversidade não mostra ter escrúpulos.
Há ainda demências com gradações que levam a criatura a pensar que é inteligente; até se podia sugerir a estes seres a consulta de manuais da especialidade para verem que não há aqui uma linha de invenção, nem um simples ramal, mas não vale a pena pois "O idiota completo, ou profundo, possui um desenvolvimento inferior ao de muitos animais inferiores tais como répteis, com quem podem ser comparados em relação à evolução e integridade do sistema nervoso".
A utilização de aspas deve-se ao facto de ser uma citação, ou seja, o que alguém, mesmo que fossemos nós próprios, já escreveu antes, e essas coisas devem ser assinaladas. No caso é da Wikipédia, para não complicar.
Em conclusão, verificando-se que as doenças têm nomes estrangeiros, por exemplo, Alzheimer, Parkinson, doença de Creutzfeldt-Jakob, com origem na chamada doença das vacas loucas, esta demência que descrevi, com elevados níveis de estupidez, de imbecilidade e idiotia podia ter um nome português, uma coisa que inspire o peso desta realidade, que transporte abominação e asco, que seja mesmo repelente, que não seja uma mera coincidência. Já agora que não induza à gordura, mas antes ao ralo, ao delgado, sim, pode ser ao intestino.
Lembro-me das primeiras cadeiras como se fosse hoje: eram verdes escuras, de um material entre a pele e um tecido forte, rugoso, não sei onde a CP o foi desencantar.
Começava como qualquer bom aluno logo cedo, tosses e constipações, era o básico, mas também havia descrição de doenças, a que alguém mais abalizado atirava, então era sarampo? Não, era varicela. O essencial era ouvir com atenção.
Mais tarde passei pelos bancos dos barcos, que ainda não se chamavam Transtejo nem Soflusa, e descobri todo um novo mundo de doenças, como se as pessoas que viviam na margem sul sofressem de diferentes maleitas. Ele era lúpus, ele era zona - que eu também tive - e demais patologias.
Regressei a Lisboa e as matérias alargaram-se mas de forma especializada, as cadeiras do Metro substituídas por outras mais largas, outras cores, outros padrões, outras doenças, com especial incidência para as cancerosas, conselho de medicamentos vários onde não falta a sugestão de uso de produtos naturais que as farmácias levam-nos tudo.
Assim, depois de tantos anos de estudo vou abalançar-me a fazer o meu primeiro diagnóstico, começando por discordar de certas linhas da ciência médica: a Demência não afecta apenas os idosos.
Há pessoas cada vez mais novas a sofrerem da doença, que se caracteriza por ser neuro-degenerativa, provocar o declínio da actividade intelectual, diminuindo as capacidades sejam de trabalho, de relacionamento social e causando graves distúrbios na personalidade e no comportamento. Vejam-se dois casos recentes.
O primeiro é o da mulher que teve uma filha e a deixou no porta-bagagens do carro durante dois anos. Como foi dito por especialistas, à demência alia-se um quadro de malvadez, de dimensões épico-literárias, acrescento eu.
Esta situação não tem tratamento possível, a senhora deve ser condenada, não à morte, mas às paredes da sua loucura, encarcerada para sempre, sem visitas, sem livros, o nada e a solidão por companhia, nem os guardas lhe dirigiriam a palavra. Podia continuar a respirar, já não era mau.
O segundo caso, de demência na categoria de estupidez, apresenta perda de capacidades cognitivas, verificando-se em alguém que também sofre de dupla personalidade: a pessoa em questão pensa que é escritora, o que torna o caso muito grave.
Não é caso único e é altamente lesivo para a saúde pública que existam editoras que sejam cúmplices de pessoas assim, fazendo-as crer que são o que nunca foram.
A doença apresenta sinais depressivos e psicóticos, que derivam em alucinações e em delírios, constatando-se o uso inadequado do juízo; em simultâneo confere-se a existência de imbecilidade que se caracteriza por uma sujeição ao que lhe é sugestionado, com eventual criação de perigo para os outros, ou seja, quando alvitrado para a perversidade não mostra ter escrúpulos.
Há ainda demências com gradações que levam a criatura a pensar que é inteligente; até se podia sugerir a estes seres a consulta de manuais da especialidade para verem que não há aqui uma linha de invenção, nem um simples ramal, mas não vale a pena pois "O idiota completo, ou profundo, possui um desenvolvimento inferior ao de muitos animais inferiores tais como répteis, com quem podem ser comparados em relação à evolução e integridade do sistema nervoso".
A utilização de aspas deve-se ao facto de ser uma citação, ou seja, o que alguém, mesmo que fossemos nós próprios, já escreveu antes, e essas coisas devem ser assinaladas. No caso é da Wikipédia, para não complicar.
Em conclusão, verificando-se que as doenças têm nomes estrangeiros, por exemplo, Alzheimer, Parkinson, doença de Creutzfeldt-Jakob, com origem na chamada doença das vacas loucas, esta demência que descrevi, com elevados níveis de estupidez, de imbecilidade e idiotia podia ter um nome português, uma coisa que inspire o peso desta realidade, que transporte abominação e asco, que seja mesmo repelente, que não seja uma mera coincidência. Já agora que não induza à gordura, mas antes ao ralo, ao delgado, sim, pode ser ao intestino.
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