O que é que Nicolás Maduro é mais que eu? Se a Venezuela pode ter Natal em Novembro, eu posso não ter Natal. O presidente venezuelano quer recuperar a essência da expressão popular, O Natal é quando um homem quiser, e eu quero celebrar a realidade do momento actual.
Não encontro nada para celebrar e não consigo perceber onde foi a revista do Expresso, há umas duas semanas, buscar pessoas tão felizes e contentes, passando a imagem de um país em recuperação, com esperança e expectativas.
A bem da verdade, até nos campos de concentração nasceram crianças, naqueles antros de corrupção mental, no fim da linha da loucura deu-se o milagre da vida, mas isso não melhora a imagem daqueles sítios. Mostrar meia dúzia de sorridentes não tira a fotografia do país, velho e doente, da grande maioria exausta e desesperada.
Assim, instituo que não há Natal. Eu dou e reparto o ano inteiro, estou presente na vida da minha família e dos amigos que gostam verdadeiramente de mim, que se preocupam comigo, poucos, cada vez menos mas muito bons, sumo de amizade concentrada. Ajudo o meu filho e brinco com os meus sobrinhos o ano inteiro. Além disso, a cortisona fez-me engordar de novo e não posso comer bolos. Mesmo que pudesse, só se os comesse com os olhos que os euros não chegam para tanto.
As câmaras municipais continuam brilhantes a dar brilho às noites com uma iluminação absurda, fingimento supremo de que existe Natal. Esta equação da época natalícia igual a luzes a acender e a apagar, fechando os olhos a problemas que podiam ser ajudados a resolver com as verbas milionárias das luzinhas de Natal é inexplicável. Que os centros comerciais o façam desde o fim do Verão, ainda engulo: montam o engodo para não matar a sociedade de consumo, para manter uma réstia de felicidade nas pessoas, sabendo que a felicidade se atinge num corredor cheio de lojas. Mas as câmaras deviam pensar para além dessa felicidade, deviam pensar na existência das pessoas.
Ainda eu ia à praia e já se via neve e ouvia-se jingle bell cantado por gordos pais Natal. Ninguém se lembra de criar um Pai Natal esquelético a carregar umas renas mortas, só pele e osso? Fazia mais sentido...
Fazia mais sentido que alguém se lembrasse de inverter as coisas, que é como quem diz, colocá-las no seu lugar! Mas a tradição continua a ser o que era e há que manter a tradição, mesmo que para isso seja preciso sacrificar as pessoas.
Bem, as pessoas que é como quem diz, algumas pessoas...
Não encontro nada para celebrar e não consigo perceber onde foi a revista do Expresso, há umas duas semanas, buscar pessoas tão felizes e contentes, passando a imagem de um país em recuperação, com esperança e expectativas.
A bem da verdade, até nos campos de concentração nasceram crianças, naqueles antros de corrupção mental, no fim da linha da loucura deu-se o milagre da vida, mas isso não melhora a imagem daqueles sítios. Mostrar meia dúzia de sorridentes não tira a fotografia do país, velho e doente, da grande maioria exausta e desesperada.
Assim, instituo que não há Natal. Eu dou e reparto o ano inteiro, estou presente na vida da minha família e dos amigos que gostam verdadeiramente de mim, que se preocupam comigo, poucos, cada vez menos mas muito bons, sumo de amizade concentrada. Ajudo o meu filho e brinco com os meus sobrinhos o ano inteiro. Além disso, a cortisona fez-me engordar de novo e não posso comer bolos. Mesmo que pudesse, só se os comesse com os olhos que os euros não chegam para tanto.
As câmaras municipais continuam brilhantes a dar brilho às noites com uma iluminação absurda, fingimento supremo de que existe Natal. Esta equação da época natalícia igual a luzes a acender e a apagar, fechando os olhos a problemas que podiam ser ajudados a resolver com as verbas milionárias das luzinhas de Natal é inexplicável. Que os centros comerciais o façam desde o fim do Verão, ainda engulo: montam o engodo para não matar a sociedade de consumo, para manter uma réstia de felicidade nas pessoas, sabendo que a felicidade se atinge num corredor cheio de lojas. Mas as câmaras deviam pensar para além dessa felicidade, deviam pensar na existência das pessoas.
Ainda eu ia à praia e já se via neve e ouvia-se jingle bell cantado por gordos pais Natal. Ninguém se lembra de criar um Pai Natal esquelético a carregar umas renas mortas, só pele e osso? Fazia mais sentido...
Fazia mais sentido que alguém se lembrasse de inverter as coisas, que é como quem diz, colocá-las no seu lugar! Mas a tradição continua a ser o que era e há que manter a tradição, mesmo que para isso seja preciso sacrificar as pessoas.
Bem, as pessoas que é como quem diz, algumas pessoas...
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