Ontem acordei com o telefone a tocar. Tentei a minha melhor voz de super acordada para não ter que entrar em explicações do, sabes, é que estou adoentada, por isso dormi até mais tarde, o que tenho?, nada de especial, uma constipação e etecetera e logo do outro lado que também já tinham tido, e este tempo é o que provoca e toda esta conversa que eu detesto! Assim, atendi como se andasse em labuta há horas. Enquanto falava levantei-me e fui à cozinha, pelo canto do olho o relógio ditou-me as horas, lá desliguei e ao fazê-lo, casualmente, olhei as horas do telefone que não coincidiam com as da cozinha. Ora, eu vivo com os pés na lua, mas ainda não cheguei ao ponto de ter dois fusos horários dentro da minha casa! Meia a dormir, fui ver as horas no outro telefone: estava certo com o relógio da cozinha. Já um pouco mais acordada com o mistério, fui ver a televisão: estava certa com o primeiro telefone.
Facilmente cheguei à conclusão certa: o meu filho tinha andado a brincar com os relógios lá de casa, atrasando uns ou adiantando outros, o sono ainda não me permitia ter a certeza.
Orientada pelas horas da televisão, a que resolvi dar mais crédito, sonambulei pela casa até serem horas do jogo do Duarte que tinha saído cedo para ir estudar com o pai. No regresso do jogo a caminho de casa vejo que o relógio do carro marca quatro horas e tal. Impossível! O jogo tinha começado às três, logo deviam ser cerca das cinco e meia. Incomodada com aquela cena, sem dar a conhecer pelo tom de voz que se preparava, no mínimo, um ataque nuclear, pergunto as horas ao meu pai que segue ao meu lado, imune ao desastre atómico que se prepara. Ele lá se estica devagar, tão devagar, que foi a minha mãe lá do banco de trás que acabou por dizer as horas: cinco e meia, acrescentando:
- Já mudaram as horas nos relógios? A hora mudou esta noite.
- Ai sim? – digo eu com o ar mais distraído que consegui arranjar, como se aquele assunto não me interessasse nem dissesse respeito.
Estávamos salvos!
Facilmente cheguei à conclusão certa: o meu filho tinha andado a brincar com os relógios lá de casa, atrasando uns ou adiantando outros, o sono ainda não me permitia ter a certeza.
Orientada pelas horas da televisão, a que resolvi dar mais crédito, sonambulei pela casa até serem horas do jogo do Duarte que tinha saído cedo para ir estudar com o pai. No regresso do jogo a caminho de casa vejo que o relógio do carro marca quatro horas e tal. Impossível! O jogo tinha começado às três, logo deviam ser cerca das cinco e meia. Incomodada com aquela cena, sem dar a conhecer pelo tom de voz que se preparava, no mínimo, um ataque nuclear, pergunto as horas ao meu pai que segue ao meu lado, imune ao desastre atómico que se prepara. Ele lá se estica devagar, tão devagar, que foi a minha mãe lá do banco de trás que acabou por dizer as horas: cinco e meia, acrescentando:
- Já mudaram as horas nos relógios? A hora mudou esta noite.
- Ai sim? – digo eu com o ar mais distraído que consegui arranjar, como se aquele assunto não me interessasse nem dissesse respeito.
Estávamos salvos!
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