quinta-feira, 24 de março de 2011

É assim

A rapariga opta por ficar em pé, embora existam bastantes lugares vagos. É nova, ronda os vintes e poucos. Contenho-me para não lhe dizer que se grave a si própria: iria poder contar as inúmeras vezes que disse é assim. Iria poder verificar que repetiu a mesma conversa dezenas de vezes e não me parecia que do outro lado a interlocutora fosse mouca.
Queremos que os outros nos ouçam mas devíamos, de vez em quando, só de vem em quandinho, ouvirmo-nos também. Talvez nos calássemos ou pelo menos pensássemos duas vezes antes de abrir a boca. Se o fizéssemos tenho a certeza que havia pessoas que acabavam logo ali com a amizade que têm consigo próprias, olhariam em volta tentando perceber se alguém as teria ouvido e teriam rezado para que todos estivessem desatentos.

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