A 18 de Novembro de 2015 a Câmara de Coruche é
galardoada pelo Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis: “O prémio tem como objetivo dar visibilidade às autarquias comboas práticas. Para a escolha foram considerados vários itens: o apoio àmaternidade e paternidade; apoio às famílias com necessidades especiais;serviços básicos; educação e formação; habitação e urbanismo; transportes;saúde; cultura, desporto, lazer e tempo livre; cooperação e participaçãosocial; Facilitadores e medidas de conciliação entre trabalho e família” .
A 20 de Novembro de 2015 publica-se
o despacho 13.427 do Ministério da Saúde no Diário da República onde se
elimina o Serviço de Urgência Básica do Centro de Saúde de Coruche. Diz O Mirante que “Na região continuam afuncionar as urgências básicas dos hospitais de Tomar e Torres Novas, queintegram o Centro Hospitalar do Médio Tejo”.
Ai… Médio Tejo… como a
Terra Média, dos Hobbits… que lindo… e a que distância ficam essas urgências?
Tomar
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Torres Novas
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Santarém
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Coruche
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108
|
85
|
43
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Azervadinha
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114
|
92
|
49
|
Biscainho
|
118
|
96
|
53
|
Branca
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127
|
105
|
63
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Couço
|
115
|
111
|
70
|
Erra
|
91
|
94
|
51
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Fajarda
|
110
|
88
|
45
|
Lamarosa
|
80
|
82
|
55
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Montinho dos Pegos
|
108
|
85
|
43
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Rebocho
|
118
|
96
|
53
|
Santana do Mato
|
130
|
108
|
65
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Santo Antonino
|
107
|
85
|
42
|
Se à primeira vista parecem um
bocado longe, vejamos como é que, afinal, isto é uma medida é de excelência,
pois contempla possibilidades paralelas que talvez escapem a alguns, se não
vejamos:
Fazendo contas aos alunos do
Agrupamento de Escolas de Coruche temos a Escola Secundária de Coruche (271 alunos 3.º CEB /318 alunos Secundário), Escola Básica 2, 3Drº Armando Lizardo (330 alunos 2.º CEB / 180 alunos 3.º CEB),EBI/JI do Couço (46 alunos JI / 65 alunos1.º CEB /44 alunos 2.º CEB), Escola Básica de Coruche (38 alunos JI /284 alunos 1.º CEB),EB1 Montinhos dos Pegos (24 alunos), EB1 Biscainho (30 alunos),EB1 Branca (43 alunos), EB1 Erra (36 alunos), EB1 Fajarda (49 alunos),EB1 Lamarosa (44 alunos), EB1 Rebocho (28 alunos), EB1 Santana do Mato (29 alunos),JI Biscainho (16 alunos), JI da Branca (25 alunos), JI da Erra(16 alunos), JI Lamarosa (13 alunos), JI Santana do Mato (25 alunos), JI Santo Antonino(40 alunos),JI Fajarda (21 alunos), Creche Municipal da Azervadinha(22 crianças),Creche Municipal da Quinta do Lago (100 crianças), Escola Profissional de Coruche (210 Alunos), num total de 2303futuros cidadãos, aos quais se devem acrescentar as instituições privadas,nomeadamente o Lar de São José (25 creche / 50 J. Infância / 99 A.T.L.) e o Centro Materno Infantil do Couço(15 creche / 35J. Infância), num total de 2477.
Falamos dos alunos das escolas porque esta garotada tem a
mania de se aleijar, de cair, de ficarem doentes de repente, essas coisas, e vão agradecer penhoradamente a quem se lembrou de acabar com o serviço
de urgência básica de Coruche pois desde essa altura abriram-se-lhes novos
horizontes: passam a ir à urgência a outros locais, como Torres Novas, Tomar ou
Santarém. De que outra forma poderiam as imberbes crianças conhecer Santarém, a
capital do gótico, o belíssimo Convento de Tomar ou o labirinto de galerias subterrâneas
conhecidas como Grutas de Lapas, em Torres Novas? Tomar tem os seus
encantos, com o rio Nabão, praça de touros e tudo, e come-se muito bem em Torres
Novas, ouvi dizer. Deixa de ser necessário as escolas perderem tempo com a organização
de visitas de estudo pois estas fazem-se comodamente a bordo de uma ambulância
e ainda por cima, com um elemento surpresa, pois não se sabe para onde nos
levam.
Com certeza
que a medida de encerrar as urgências básicas em Coruche foi tomada tendo em
consideração estes aspectos, ou seja, foi um dois em um. Além disso, como as
crianças não vão à urgência sozinhas, também os professores, educadores,
auxiliares e mais uma fila de pessoas terá a magnífica oportunidade de fazer quilómetros
e quilómetros, não perdidos, mas em missão dupla de acompanhamento e
conhecimento das redondezas. Os pais farão os mesmos percursos, permanecendo
ausentes do seu local de trabalho muito mais tempo, gastando imenso combustível,
perdendo muitas horas, aumentando os trajectos de angústia e preocupação, mas
que caramba, estão a passear também, isso não conta? Em vez de faltarem ao
trabalho por uma hora ou duas, uma manhã ou tarde, vá lá, como acontecia com a urgência
em Coruche, vão poder faltar dias inteiros! É uma oportunidade a nível cultural
sem precedentes!
É claro
que a Câmara nunca mais conseguirá outro galardão como o que lhe foi agora atribuído,
porque aquele detalhezinho da saúde e da facilitação das medidas de conciliação entre trabalho e família, perdem-se
pelo caminho, mas isso que interessa?
Por outro
lado, em Torres Novas, Tomar, Santarém, Abrantes ou Vila Franca de Xira, estes
dois últimos apontados como tendo urgência médico-cirúrgica, há pouquíssimas
pessoas e o objectivo é também dinamizar as urgências por lá, pois parece que
estão um bocado paradas, coitaditos… Não
é nosso dever ajudar os outros? Então, cooperemos! Vamos aplaudir esta medida
que proporciona ainda, quando as deslocações forem nocturnas, uma melhor
apreciação da chuva de Perseidas, e aceitemos com um abraço fraternal os
desafios que se nos colocam quando no distrito de Santarém as chuvas deixam as
estradas submersas e intransitáveis…
Pensemos
nas crianças outra vez e tomemos a seguinte reflexão: não nos queixamos que estamos
tempo demais longe delas? Ora os percursos podem também ser aproveitados para
se fazerem os trabalhos de casa! Há que criar sinergias!
As áreas empresariais com as Zonas Industriais
do Monte da Barca, do Couço e da Lamarosa também ficam muito mais bem servidas
com a urgência básica de saúde a uma boa centena de quilómetros, o que lhes dá
a possibilidade de fazerem um trabalho comparado com outras zonas industriais;
por outro lado, não nos podemos esquecer do Desporto, que se pretende
desenvolver e consolidar junto dos coruchenses e a bem da saúde. Como esta
malta também tem tendência aos aleijanços e o facto de existir um serviço de
urgência era encarado como uma mais-valia na organização de eventos, agora vão
pedalar para Tomar, corram em Torres Novas e organizem actividades de rio em Santarém,
pois é para lá que vão em caso de necessidade, deixando Coruche mais desafogada
e tranquila, pois já se sabe que isto das corridas causa stress, e é preciso é
calma! Continuo a dizer, só há motivos para aplaudir esta iniciativa.
Se fosse
eu a mandar ia mais longe: os coruchenses iam ao serviço de saúde a Évora,
património da Humanidade, aos Açores – que bela oportunidade de andar de avião!
– e a Vila Nova de Gaia, que o Porto visto dali é lindo e maravilhoso. Mas não
se pode ter tudo, há que nos conter. Ainda assim, anseio por medidas mais
abrangentes, como o encerramento dos cemitérios: para tanto há que perguntar às
pessoas onde gostariam de ser enterradas, fazendo uma lista de preferências e
na altura enterram-se por esse Portugal fora de acordo com os locais eleitos,
que transbordariam de flores. Se assim for, crescem as romarias a sítios que
nunca viram dois carros a cruzarem-se e faz-se jus ao nome de Portugal como um
jardim à beira-mar plantado.