segunda-feira, 25 de março de 2013

Eu quero a Primavera!


Atingindo a idade de reforma uma amiga mudou-se de Lisboa para o Algarve. Estando a casa de praia já mobilada fez o enorme favor de distribuir os móveis da capital pelos amigos. Assim, vi-me com duas peças novas lá em casa, mais uma mobília de quarto para os meus pais e outra para a I. e uma máquina de lavar loiça para a minha irmã.
Este fim-de-semana não meti o nariz na rua e pintei um dos móveis, forrei as gavetas do outro com um papel primaveril onde os puxadores – todos diferentes – assentaram que nem uma luva. Forrei as gavetas do meu quarto com um tecido pelo qual me tinha apaixonado há meses e que andava a vaguear pelo armário, sem saber bem o que lhe fazer, mas morrendo de amores por ele.
Troquei o papel de parede que forrava a caixa do estore do quarto do Duarte, troquei-lhe os cortinados e fui desenterrar uma colcha velha que, tudo junto, fez um quarto novo.
Mesmo com luvas, colei os dedos várias vezes e usei litros de diluente. Dei cabo das unhas e das mãos que ficaram ásperas como as de um marinheiro.
Aproveitando o domingo soalheiro lavei cobertores e colchas e almofadas e tudo. Os quartos parecem outros, o ar renovou-se e a alma da casa está sorridente. 
Embora o tempo pareça parado e a Primavera que já devia ter chegado continue a ser uma esperança, dentro de mim ela está viva e respira.

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