Nos últimos dias
estive enclausurada à noite por vontade própria. Em conversa com uma amiga
investigadora na área da História da Arte dizia ela que o plano de digitalização
de obras gordas da nossa cultura, fomentado pela Biblioteca Nacional, era uma
maravilha. Assim evitava ter que se deslocar e tinha várias obras à distância de
um clique. Só era pena que, tendo acesso às imagens de cada página, não se
pudesse pesquisar no conteúdo, como acontece com outros projectos de
digitalização patrimonial por esse mundo.
Falou-me a seguir de
um certo livrinho com o qual estava a trabalhar, que já o tinha impresso mas,
de cada vez que precisava de consultar um determinado termo ou expressão, tinha
que procurar no emaranhado de riscos que já fizera nas fotocópias.
Dando-me umas páginas
a ler, dei por mim a rir com os conselhos do Autor e a forma da escrita.
Fui para casa e
deitei-me ao trabalho. As últimas noites foram passadas a transcrever aquele
belo e curioso texto. Dormi muito pouco mas aprendi muito o que, se mais fosse
preciso, vem dar razão ao provérbio que sentencia que quem muito dorme pouco
aprende.
Depois de muitas
verificações, mais leituras, interrompidas pelas ambulâncias que fazem muito
mais barulho quando passam a altas horas, mais correcções e ainda mais leituras,
finalmente, o texto final, transcrito para linguagem actual, em pdf para ser
pesquisável, ficou pronto.
Escrevi-lhe uma Introdução
e inclui um capítulo sobre o Método utilizado, explicando as opções tomadas. Dediquei-o
à CD, nem outra coisa se podia esperar.
Fiquei mesmo feliz quando lhe vi a satisfação. Os agradecimentos dela não são maiores do
que os meus, por me ter ajudado a descobrir novas leituras e me ter
proporcionado esta viagem nocturna tão saborosa.
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