Nos meus momentos mais louros sonho em casar com um estrangeiro com o
objectivo de ter um nome impronunciável. Nada de julgamentos, cada um com as
suas manias!
Enquanto vivo satisfeitíssima sem marido de parte nenhuma, tenho duas
pessoas amigas casadas com estrangeiros, um português com uma brasileira e uma
portuguesa com um letão e ambos me ocorreram quando li um artigo sobre as Dez razões para não casar com um estrangeiro, coisa que a mim me parece ser completamente
disparatada. Para provar o disparate, aqui ficam as razões e os meus argumentos
para que ninguém lhes faça caso.
- Há sempre quem esteja longe
da família. A minha sugestão é que mudem para um país onde não tenham família,
de todo.
- Perder as tradições
festivas. De facto ia ser uma pena não estar no Marquês de Pombal quando o
Benfica ou outro qualquer ganhasse o título. Além disso, se bem me lembro, já
sugeri mudar de país, logo adaptemo-nos aos novos costumes.
- Mal-entendidos culturais.
Em Roma faz-te romano, rir é o melhor remédio e podíamos seguir enumerando
frases e ditados. Ponham a inteligência e o bom senso a funcionar e não
cuspam no prato.
- E se nos divorciamos?
Volta tudo à casa partida, como se tivessem sido umas férias longas, um
período de emigração, uma experiência de onde se devem retirar e reter os
elementos positivos. Quando se aceita um trabalho no estrangeiro vamos já
a pensar no dia em que somos despedidos?
- Aprender a língua. Então
uma coisa boa é transformada em algo negativo? Não sejam preguiçosos e sejam
rápidos, mesmo que seja mandarim!
- Dá muito trabalho. Também
passar a ferro e eu passo todas as semanas!
- Nunca se está completamente
em casa. A casa é onde nós estamos, onde amamos e vivemos, logo, qualquer
buraco do planeta pode ser a casa perfeita. Deixem-se de mariquices.
- Acabam as férias
verdadeiras. Supostamente andarão sempre a ver a família, não é? Podem
sempre convidá-la!
- As viagens de avião são
caras. Pois são, mas são uma despesa ou um investimento? Além disso, isto é
sobre casamento, e toda a gente sabe que isso é coisa que nem sempre dá
prazer e obriga a sacrifícios.
- Uns avós estão sempre longe. Estão longe se o casalinho tiver filhos… certo?
Fora da dezena de razões vem uma última, destacada: quando morrer, onde será enterrado o cônjuge emigrante?
Eu percebo que a questão ocorra mas, mais uma vez, há que ser positivo:
e que tal pensarem que daqui a uns anos será inventado o soro da imortalidade? Mesmo
que não se descubra há que encarar a coisa de acordo com a tradição do local…
podem ser daqueles que fazem danças em volta do caixão… que comem os mortos…
que demoram 30 dias e 30 noites a fazer o velório… que os enterram na areia…
que cantam e bebem uns copos valentes no enterro… sei lá… se nada lhes agradar,
olhem, sempre se podem divorciar…
Casada com um alemão, há quase 21 anos, não pude deixar de me rever nalgumas dessas "razões". Mas, enfim, quem tem uma vida perfeita? E, às vezes, até dá jeito estar longe da família...
ResponderEliminarGostei dos seus argumentos ;)
Os amigos que referi têm ainda uma particularidade: vivem em quatro países diferentes. A isto chama-se... amor! Cristina, espero que o seu alemão tenha um nome daqueles bem difíceis... ;)
ResponderEliminarÉ daqueles nomes, em princípio, simples, só tem uma sílaba (!), mas difíceis para a língua lusa, por ter muitas consoantes e um H aspirado no início: Horst ;)
ResponderEliminarEu quero um Yasuhiro, um Hrdlička ou um Cherñetz... lol...
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